CDS diz ser "inexplicável" aumento de verbas para governos civis e corte nas forças segurança
O CDS acusou hoje, domingo, o Governo de aumentar as verbas para os governos civis e de "baixar drasticamente" o montante destinado às forças de segurança, considerando que se trata de "um sinal inexplicável".
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O deputado democrata cristão Nuno Magalhães disse à Lusa que "é um sinal inexplicável e perfeitamente errado do ponto de vista do CDS [que propôs a extinção dos governos civis], aumentar as verbas "em quatro governos civis e reduzir em 9,7 por cento o orçamento das forças de segurança".
"É um sinal completamente errado, contraditório, que é dado no orçamento da administração interna e que é tão preocupante, como inexplicável", sublinhou.
Nuno Magalhães criticou o facto deste aumento de verbas para os governos civis de Coimbra, Faro, Vila Real e Viseu ter sido concedido pelo "mesmo Governo que pede austeridade a tudo e a todos".
Segundo as contas do deputado, tem-se verificado uma tendência de crescimento destas verbas desde 2009.
Em 2009, o valor previsto ascendia a cerca de 25 milhões euros, em 2010 subiu para cerca de 26 milhões de euros e, para 2011, o valor previsto ultrapassa os 27 milhões de euros, "mais 4,8 por cento, um milhão e 272 mil euros para os governos civis", disse Nuno Magalhães.
O ministro das Finanças classificou o OE2011 como o Orçamento mais "importante dos últimos 25 anos", no qual está espelhado um conjunto de medidas de austeridade, entre as quais cortes nos salários dos trabalhadores do Estado, o congelamento das pensões, e o aumento de impostos, com o IVA a subir para 23 por cento e uma redução drástica das deduções em sede de IRS.
Em termos de previsões macroeconómicas, o Governo prevê um crescimento da economia de 0,2 por cento e um aumento do desemprego para uma taxa de 10,8 por cento.