Cerca de metade dos funcionários judiciais está em greve, mas a adesão foi muito diferente consoante os tribunais, tendo Faro registado números altos e Santiago do Cacém baixos, disse à Lusa o presidente do Sindicato dos Funcionários Judiciais.
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"Há um valor geral na ordem dos 50 a 60%, com alguns tribunais com adesões pouco significativas, como é o caso do de Santiago do Cacém, e outros com grandes adesões, como é o caso de Faro", avançou Fernando Jorge.
O sindicalista ressalvou, no entanto, que estes números podem variar ainda esta manhã, já que a "greve também pode estar a provocar atrasos nos transportes".
Ainda assim, o presidente do sindicato referiu que, em Faro, a adesão à greve geral ronda os 95%, enquanto que, em Santiago do Cacém, o número de funcionários judiciais em greve é "pouco significativo" já "o tribunal está a trabalhar quase normalmente".
A adesão também é grande em Arraiolos, avançou Fernando Jorge, acrescentando que, ali, só há uma pessoa a trabalhar.
O sindicalista referiu ainda que, em Viana do Castelo, a adesão é de 60% e, nos juízos criminais do Porto, metade dos funcionários está em greve.
"Em Lisboa, do balanço que já fizemos, quer no Palácio da Justiça, quer no Campus da Justiça, a adesão situa-se na ordem dos 50%", disse, adiantando que em Setúbal o valor é idêntico.
Valores semelhantes estão a ser registados em Cascais e Oeiras, sendo que em Cascais "há cerca de 45% de adesão no lado judicial, mas no lado do Ministério Público é um bocadinho mais elevada" e, em Oeiras, a adesão é de 75%.
Esta é a oitava greve geral convocada pela CGTP - Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses. O protesto surge contra o agravamento da legislação laboral, o aumento do desemprego, o aumento do empobrecimento e as sucessivas medidas de austeridade, acontecendo quatro meses após a última greve geral.
Desta vez, a UGT não se junta ao protesto, ao contrário do que aconteceu a 24 de novembro de 2011 e de 2010, porque a central sindical liderada por João Proença assinou o acordo para a Competitividade, o Crescimento e o Emprego que está na origem da revisão da legislação laboral.