O secretário geral-da CGTP, Manuel Carvalho da Silva, apelou às forças sindicais, sociais e políticas para que se unam contra as medidas de austeridade que estão a ser impostas e a retirada de direitos sociais e laborais. Milhares participaram na manifestação convocada pela intersindical no Porto e em Lisboa.
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O secretário-geral da CGTP, Manuel Carvalho da Silva, considerou que a central sindical comemorou bem os seus 41 anos, trazendo para a rua mais de 130 mil pessoas em Lisboa e outras 50 mil no Porto.
"Enche-nos de alegria ver este apoio, esta manifestação, ainda por cima em tempos que são de grandes desafios", disse o sindicalista aos jornalistas no final das acções de protesto.
Em Lisboa, a PSP disse à Lusa que não faria estimativas sobre o número de participantes, enquanto no Porto a mesma força de segurança afirmou que a iniciativa tinha contado com cerca de 25 mil pessoas de várias zonas da região Norte.
Na intervenção que fez perante os milhares de pessoas que se concentraram nos Restauradores, depois de descerem a Avenida da Liberdade, Carvalho da Silva fez vários apelos e deixou vários recados.
"Fazemos aqui um apelo a todos os trabalhadores, à população em geral e às forças políticas porque se todos se unirem ainda é possível evitar a concretização dos desastres que estão a preparar", disse Carvalho da Silva aos jornalistas no final da manifestação que se realizou, durante a tarde deste sábado, em Lisboa.
O sindicalista referiu-se em concreto ao PS mas defendeu a necessidade de este não assumir mais compromissos com políticas neo-liberais. "É preciso encontrar políticas de entendimento", acrescentou, defendendo que as lutas que se avizinham têm de ser cada vez "mais generalizadas e articuladas".
A CGTP aprovou no final do protesto uma semana de luta que levará à concretização de greves entre 20 e 27 de Outubro.
Para Carvalho da Silva, esta iniciativa "é indispensável" para fazer frente às políticas de austeridades que estão a ser impostas em Portugal.
"Estas políticas só provocam recessão económica e aumento do desemprego e fazem baixar o nível de desenvolvimento do país", afirmou, acrescentando que a redução do nível de vida dos portugueses não é apenas uma questão material mas põe também em causa a democracia.
A CGTP convocou esta manifestação, em Lisboa e no Porto, "contra o empobrecimento e as injustiças", porque considera que as medidas de austeridade que têm sido impostas aos portugueses levam à recessão económica e, consequentemente, ao aumento do desemprego e da precariedade.