A CGTP-IN decidiu apresentar "uma participação criminal" contra o secretário-geral da UGT, João Proença, por este ter afirmado que foi "incentivado por altos dirigentes da CGTP-IN a negociar e assinar o acordo" da Concertação Social.
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"A CGTP-IN repudia as declarações injuriosas e difamatórias, hoje [quinta-feira] proferidas pelo secretário-geral da UGT - João Proença - à Antena 1, afirmando que tinha sido 'incentivado por altos dirigentes da CGTP-IN a negociar e assinar o acordo, uma vez que a Intersindical não o podia fazer'", informou a CGTP através de comunicado.
A CGTP indicou ainda que "perante a gravidade de tais declarações, a CGTP-IN decidiu já adoptar as medidas conducentes à apresentação de uma participação criminal contra o autor de tais declarações".
A organização considera que as declarações, "para além de falsas, demonstram que perante o repúdio generalizado da opinião pública, o secretário-geral da UGT não olha a meios para tentar justificar um vergonhoso acordo de agressão aos trabalhadores".
A organização sindical sublinhou no mesmo comunicado a sua posição contrária ao acordo assinado, na quinta-feira, pelos parceiros sociais - com a exclusão da CGTP - e o Governo, na pessoa do próprio primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.
O acordo "visa entregar aos patrões todo o poder para despedir, para alterar os horários a seu belo prazer, generalizar a precariedade, para voltar a colocar o trabalho ao sábado, reduzir os salários e outras formas de retribuição, destruir a contratação colectiva substituindo-a pela relação individual de trabalho, diminuir ainda mais a protecção social dos desempregados", afirmou a CGTP na mesma nota enviada às redacções.
A intersindical promete finalmente oferecer luta à aplicação do acordo, afirmando que, "tal como a luta dos trabalhadores derrotou a meia hora de aumento do horário de trabalho, será a luta que impedirá a aplicação concreta de muitos dos vergonhosos conteúdos de tal acordo".