O secretário-geral da CGTP considerou que esta quarta-feira é um dia "tristemente histórico" porque foi o dia da assinatura de um acordo de concertação social cujo conteúdo corresponde a "um grande retrocesso social".
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"O acordo que o Governo anunciou ao país como uma grande vitória, corresponde a um conjunto de conteúdos que significam uma grande regressão na sociedade portuguesa", disse Manuel Carvalho da Silva aos jornalistas no final de uma manifestação de sindicalistas.
O líder da Intersindical criticou a retirada de direitos laborais e sociais a que o acordo de concertação social vai levar e prometeu que a central sindical vai mobilizar as pessoas para lutarem contras as medidas anunciadas, que considerou serem "de enorme violência".
"Há um combate a travar na Assembleia da República, nas instituições e na sociedade em geral. A ofensiva é muito grande e é preciso criar uma alternativa para o país", defendeu o sindicalista.
Apesar da posição divergente com a UGT, que assinou o acordo tripartido, o secretário-geral da CGTP considerou que "a unidade na acção é um valor em si mesmo", por isso a CGTP a deve promover sempre que possível.
Carvalho da silva salientou ainda que as matérias laborais que vão ser alteradas na sequência do acordo de concertação social, hoje assinado entre o Governo e os parceiros sociais, "têm que ter uma ampla discussão pública".
Referiu, como exemplo, o caso da proposta legislativa do Governo para aumentar o horário de trabalho diário em meia hora, que hoje foi retirada, que levou a CGTP a fazer uma ronda de contactos com partidos políticos e organizações sociais diversas.
"Só não falámos com o diabo, de resto falámos com toda a gente", brincou o sindicalista.