O presidente da Confederação Empresarial de Portugal exigiu, esta quinta-feira, ao Governo, ao Banco de Portugal, às instituições bancárias e à 'troika' a concretização de um plano de emergência que garanta financiamento às empresas.
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António Saraiva alerta que "sem financiamento regular está em risco o sistema produtivo português" e as exportações, que têm sido um dos únicos indicadores positivos da economia nacional.
"Muitas empresas exportadoras não conseguem responder às encomendas" por falta de liquidez, revelou, sublinhando a necessidade "de um programa de urgência que contemple o financiamento bancário" às empresas, que têm sido confrontadas com 'spreads' elevados e muitas vezes proibitivos".
O responsável da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) alertou para o facto do futuro dos bancos e das empresas estar interligado: "ou venceremos todos ou fracassaremos todos", concluiu.
As declarações de António Saraiva foram realizadas durante o Conselho Empresarial da Região de Leiria (CERL) que reuniu para analisar "A relação entre os bancos e as empresas no que respeita ao crédito".
Antes da reunião do CERL foi divulgado um inquérito realizado aos empresários do distrito de Leiria que revela que 60 por cento das empresas possuem dificuldades de acesso ao crédito para financiar a sua actividade.
O inquérito, divulgado esta quinta-feira pela NERLEI - Associação Empresarial de Leiria, indica que os empresários apontam como principal obstáculo os juros elevados (54%) e as garantias exigidas (31%).
O documento sublinha ainda que 42% das empresas refere trabalhar, em simultâneo, com os mercados nacionais e internacionais, mas apenas 10% admite apenas com mercados internacionais.
O inquérito foi realizado via email e respondido por 105 empresas entre os dias 3 e 10 de Outubro, das quais 35% possuem um volume de negócios acima dos cinco milhões de euros.