Circulação de comboios normalizada às 10 horas e maquinistas admitem novas greves
A circulação dos comboios começou a ficar normalizada pelas 10 horas, depois do fim da greve de domingo dos maquinistas, que admitem a convocação de novas paralisações.
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"Esta manhã, até às 8 horas, já foi possível assegurar 75% da circulação", disse à Lusa a porta-voz da CP, Ana Portela, adiantando que no domingo "foram basicamente cumpridos os serviços mínimos", tendo-se "apenas realizado um comboio que não estava previsto".
Hoje, adiantou, "houve ainda supressões, sobretudo no período das 00:00 às 06:00, nos comboios urbanos de Lisboa, mas entre as 06:00 e as 08:00 a tendência foi de regularização quase total".
De acordo com a porta-voz da empresa, nos comboios urbanos do Porto, "está praticamente tudo a circular desde a primeira hora", mas há "algumas supressões nos serviços regionais e intercidades".
A tendência, sublinhou, é para uma rápida regularização.
"Esperamos que nas próximas horas se consiga atingir a normalidade", referiu.
A greve dos maquinistas no primeiro dia do ano seguiu-se a uma outra nos dias 23, 24 e 25 de Dezembro e foi marcada pelo Sindicato dos Maquinistas para exigir que a transportadora reavalie os 200 processos disciplinares por, entre outros motivos, não terem cumprido os serviços mínimos decretados em greves anteriores e por não terem comparecido no seu local habitual de trabalho.
As greves poderão, no entanto, continuar este mês, caso a CP não chegue a acordo com os trabalhadores, adiantou à Lusa o presidente do Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos-de-ferro Portugueses (SMAQ).
"Se [a CP] continuar com esta avalanche de processos e aplicação de sanções e não houver uma solução que altere este estado de coisas, esta perseguição, teremos de reagir novamente com novo pacote de greves", disse António Medeiros, acrescentando que o sindicato decidirá o que fazer nas próximas duas semanas.
As greves realizadas este ano pelos trabalhadores da CP levaram a uma perda de receita na ordem dos oito milhões de euros, segundo a empresa.
Este ano, os sindicatos que representam os trabalhadores da CP apresentaram, no total, 51 pré-avisos de greve, sendo que muitas das paralisações decorreram de forma conjugada e simultânea.
Só o Sindicato Nacional dos Maquinistas apresentou 12 pré-avisos de greve em 2011.