Preços atingiram pico do ano. Parlamento recomenda ao Governo medidas para baixar os custos.
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Os combustíveis sofrem aumentos há cinco semanas consecutivas. Desde janeiro até ontem (estimando já as subidas desta segunda-feira), o gasóleo está mais caro 14,5 cêntimos por litro e a gasolina 11,1 cêntimos. Coincidência ou não, o Parlamento publicou ontem, em "Diário da República", uma resolução de 27 de outubro, na qual recomenda ao Governo uma auditoria ao mercado de combustíveis, entre outras medidas.
Os preços dos dois combustíveis atingiram o ponto mais alto de 2016. O custo médio do gasóleo terá saltado, ontem, para 1,207 euros por litro, bem acima dos 1,061 euros da primeira semana de janeiro; quanto à gasolina, a estimativa de aumento para esta semana deverá colocar o preço médio em 1,448 euros por litro, valor que compara com os 1,337 euros registados no arranque deste ano. A resolução da Assembleia da República levanta dúvidas sobre "a formação do preço final dos combustíveis e os lucros das petrolíferas", bem como sobre "o diferencial de preços existentes entre as diferentes categorias (tipo e qualidade) de combustíveis vendidos nos postos de abastecimento". Não foi possível contactar a Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas nem a Entidade Nacional para o Mercado de Combustíveis (ENMC), ambas encerradas no dia seguinte ao Natal.
"Uma auditoria? A ENMC e o Conselho Nacional para os Combustíveis foram criados para fazer isso mesmo. Essa resolução surpreende-nos. O mercado dos combustíveis é dos mais escrutinados e o facto de haver aumentos há cinco semanas explica-se por vários fatores, nomeadamente devido ao corte de produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP)", refere Francisco Albuquerque, vice-presidente da Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis.
A resolução, que recomenda medidas que contribuam para a diminuição dos custos com os combustíveis, também sugere a criação do gasóleo profissional para os táxis e para a pequena camionagem de mercadorias. Os camiões acima de 35 toneladas já têm gasóleo mais barato junto à fronteira, medida que poderá ser alargada a todo o país em 2017.