Há cada vez mais portugueses a comprar online, mas os riscos são sempre maiores em alturas do ano como o Natal, em que se multiplicam os sites fraudulentos que imitam marcas conhecidas apenas para se apoderarem dos dados dos clientes. Segundo os números mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE) referentes ao ano passado, quatro em cada dez pessoas fez, pelo menos, uma compra online.
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A taxa de utilização de comércio eletrónico subiu "principalmente no caso das mulheres", adianta o INE. Neste grupo, houve um aumento de 8,8%, de 2020 para 2021, ano em que a proporção de mulheres com, pelo menos, uma compra online foi de 43,2%. Entre os homens, 37,4% admitem ter comprado através da internet. A roupa, o calçado e os acessórios de moda são predominantes, destacando-se, ainda, as refeições em takeaway.
Design muito semelhante
O crescimento das compras online ocorre, sobretudo, em períodos festivos, concretamente antes da black friday (em novembro) e do Natal. Cientes disso, os criminosos aproveitam a época para tentar enganar os consumidores com técnicas cada vez mais apuradas de phishing, em que o cliente é convencido a partilhar as informações pessoais.
"O Natal segue as mesmas tendências da black friday, pois a black friday é o ponto de partida para as compras de Natal", adianta Rui Duro, diretor da Check Point Software em Portugal, uma empresa de cibersegurança que contabilizou, em 2021, um aumento de 178% do número de sites malignos, nesta época do ano, em comparação com os restantes meses.
O responsável revela que os ataques informáticos são realizados com recurso a sites que imitam as principais marcas e "que possuem um design muito semelhante ao real". O link para o site é enviado ao consumidor através de mensagem escrita, do e-mail ou das redes sociais, tentando convencê-lo de que é uma comunicação fidedigna. O objetivo dos criminosos é fazer com que este ceda informações privadas, como os dados de cartões e pagamentos, nomes de utilizador e palavras passe. "Pedimos aos utilizadores que estejam atentos, porque não há almoços grátis e, se uma oferta é demasiado boa para ser verdade, então é provável que seja um esquema", aconselha Rui Duro, que deixa alguns conselhos para evitar ser apanhado por estas fraudes digitais.
Comprar numa origem legítima e fiável
É importante autenticar o site que utiliza para a compra. Assim, em vez de seguir um link enviado por e-mail ou por mensagem de texto, vá diretamente ao retalhista, procurando-os no seu browser e localizando a promoção por si mesmo. Estas etapas extras asseguram que não está a clicar numa ligação fraudulenta e que poderá efetuar a compra com confiança.
Esteja atento a domínios parecidos
Muitos sites fraudulentos utilizam um domínio semelhante à marca que tentam replicar, mas com letras adicionais ou erros ortográficos. Verifique sempre o URL.
Ver a autenticidade do vendedor
Verifique se o vendedor é autêntico ao visitar outros websites ou plataformas, para ver se estão a oferecer descontos semelhantes.
Procurar sempre o cadeado
Uma maneira rápida de ver se um website é seguro é verificar se o URL começa com https. Este é um indicador de que está em conformidade com as normas internacionais de segurança e, normalmente, é acompanhado por um cadeado para refletir isso.
Cuidado com e-mails que pedem senha
Se receber um e-mail a pedir uma redefinição de senha e caso não se lembre de ter solicitado qualquer alteração, não carregue no link fornecido no e-mail. Se necessitar de redefinir a palavra-passe, siga os passos dados pela empresa na página oficial.