Os portugueses estão a gastar mais 20% em compras de Natal do que no ano passado, revelam os números de novembro deste ano da Sibs Analytics, relativos aos pagamentos eletrónicos registados no início da época de compras para a festividade. Em média, por dia, estão a ser gastos 220 milhões de euros, mais 37 milhões do que no ano passado. As despesas com viagens, hotéis e restaurantes estão a subir. A descer, estão os bens culturais, os brinquedos e os telemóveis.
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Em novembro de 2021, os portugueses fizeram pagamentos eletrónicos no valor de 5500 milhões de euros. Este ano, no mês homólogo, o valor subiu para 6600 milhões. A maior parte, 1300 milhões de euros, fica no supermercado, cujo valor aumentou 8,3%. Entre os produtos mais procurados na época natalícia, destaca-se a subida para 550 milhões (mais 22,6%) da despesa com restauração, o aumento das vendas de artigos de decoração e lar para cerca de 100 milhões (mais 33,8%) e o crescimento de quase 30% no segmento de viagens e lazer. Em sentido ascendente estão, também, a perfumaria e os cosméticos, com mais 20,7% de vendas do que no ano transato. O comércio tradicional regista ganhos de 20,2% e as despesas com alojamentos turísticos aumentaram 21,6%.
No sentido inverso, este ano, estão os bens de cultura e de entretenimento. A queda nas vendas foi de 12,7%, de 245 milhões de euros para 214 milhões. O mesmo sucede com os artigos de telecomunicações e utilitários, como os telemóveis, que registam um recuo de 3,5%, de 172,2 milhões de euros para 166,1 milhões.
Mais presentes por menos
Os jogos e brinquedos também estão em queda, com uma despesa inferior em 8,3% face ao ano passado. Contudo, neste caso, o número de transações registadas pela Sibs Analytics não sofreu variação, o que significa que os portugueses estão a comprar o mesmo número de brinquedos, só que optam por gamas mais baratas.
O mesmo acontece nas mercearias e nos minimercados. Embora se tenham registado mais 900 mil operações de compra do que em novembro de 2021, o valor despendido recuou 7,8%, de 95 milhões de euros para 88 milhões.
O estudo Observador Cetelem Natal 2022 parece confirmar que a tendência é comprar mais presentes com menos dinheiro. O inquérito com mais de mil respostas concluiu que, em média, cada português pretende dar nove prendas no Natal, mais três do que no ano passado. Porém, "o aumento do número de presentes não significa que os portugueses tencionem gastar mais", refere a Cetelem, porque "96% revelam que tencionam poupar na quadra natalícia".
No top cinco da lista dos presentes que os portugueses planeiam oferecer, estão os chocolates, biscoitos e bolachas (81% dos inquiridos), vestuário e acessórios de moda (79%), vinho ou outras bebidas (75%), perfumes e cosmética (70%), produtos culturais (65%) e brinquedos (54%). Um quarto dos inquiridos não tenciona oferecer presentes e os jovens até aos 34 anos são os que prometem ser mais generosos.
Radiografia ao território
Eletrónicas
Lisboa, com dois mil milhões de euros em vendas, é o distrito do país que lidera no número de compras eletrónicas. Segue-se o Porto, com 1100 milhões de euros, e Setúbal, com 525 milhões de euros. Braga (406 milhões) e Faro (395 milhões) completam a lista dos cinco primeiros.
Aveiro
A crescer mais
O distrito de Aveiro é, de todos, o que mais cresce na despesa com compras do ano passado para 2022. A capital dos ovos moles regista um crescimento de 26% do volume de compras, seguida, de perto, pelos distritos de Viana do Castelo (mais 24%) e de Lisboa (mais 23%).
Funchal
Turismo destaca-se
A chegada da época natalícia é sinónimo de aumento de vendas em locais mais turísticos. Não é de estranhar, por isso, que o único indicador em que o Funchal surge em terceiro, depois de Lisboa e do Porto, seja o dos alojamentos turísticos.
Matosinhos
Brinquedos em alta
A análise municipal da venda de jogos e brinquedos coloca Matosinhos no segundo lugar, a seguir a Lisboa. Nesta categoria, Matosinhos até ganha mercado ao Porto, que não aparece nos cinco primeiros.
Açores
Mais nas mercearias
O município de Ponta Delgada, nos Açores, foi o segundo local do país onde os portugueses gastaram mais dinheiro em mercearias e em minimercados. O primeiro lugar é ocupado por Lisboa (16,1 milhões de euros), depois por Ponta Delgada (4,9 milhões de euros) e, por fim, pela Maia (3,7 milhões de euros).
Municípios
Onde há variação
Dos 308 municípios de Portugal, houve 295 concelhos onde se registou uma maior volume de compras em 2022 do que no ano passado. Há, ainda, 12 autarquias que estão a perder valor e um município, Viana do Alentejo, sem variação. O concelho que mais subiu foi Oleiros e o que mais desceu foi Manteigas.