A Comissão Europeia desmentiu, esta quarta-feira, qualquer acordo entre o Governo grego e os principais credores do país, após Atenas ter anunciado que garantiu um prazo suplementar de dois anos para promover o ajustamento orçamental.
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"Foram feitos progressos substanciais nas discussões com a Grécia, mas permanecem questões importantes antes de ser obtido um acordo global", afirmou, no final da tarde desta quarta-feira, Simon O'Connor, porta-voz da Comissão responsável pelas questões económicas, numa mensagem na sua conta do Twitter.
De manhã, e citado pela agência noticiosa AP, o ministro das Finanças grego, Yannis Stournaras, tinha garantido que a Grécia obteve dois anos suplementares para o cumprimento do memorando de entendimento negociado com a 'troika' de credores internacionais (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional).
O acordo, segundo o ministro, implicaria cortes orçamentais de 13,5 mil milhões de euros em 2013 e 2014, um prazo de mais dois anos, até 2016, para o saneamento das contas do país.
"O pacote das novas medidas foi fechado após termos obtido um alargamento do prazo para o ajustamento orçamental", afirmou Stournaras no Parlamento grego.
"À exceção do Banco Central Europeu (BCE), estas declarações ainda não tinham sido confirmadas ou desmentidas por outros representantes da 'troika' internacional.
"O exame [da situação grega pela 'troika'] ainda não terminou. Foram obtidos certos progressos, mas permanecem por precisar diversos elementos, e não tenho mais informações", declarou o presidente do BCE, Mario Draghi, durante uma conferência de imprensa no Bundestag (Parlamento) em Berlim.
Draghi confirmou as declarações prévias de um membro do diretório do BCE, Jörg Asmussen, que afirmou "não existir um acordo definitivo da 'troika' com o Governo grego". "Há progressos em Atenas, mas ainda não chegámos lá", acrescentou.
A Grécia aguarda desde junho a concessão pelos credores internacionais de uma parcela vital de 31,5 milhões de euros do empréstimo negociado com os credores. No entanto, necessita de um acordo definitivo com a 'troika', que depois deve ser aprovado pelos três dirigentes da coligação governamental grega.
