Comissão Europeia sublinha necessidade de "justiça social" no reajustamento de Portugal
O comissário europeu dos Assuntos Económicos, Olli Rehn, defendeu, esta terça-feira, no Luxemburgo, a necessidade de Portugal prosseguir os esforços de consolidação orçamental e aumento da competitividade de uma forma que seja "socialmente justa".
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Rehn, que falava a jornalistas à margem de uma reunião de ministros das Finanças da União Europeia (Ecofin), ao ser questionado sobre o aumento de impostos decidido pelo Governo português, apontou que "foi necessário restabelecer a sustentabilidade das finanças públicas em Portugal, porque os desequilíbrios económicos foram-se acumulando e tornaram-se particularmente gravosos no caso de Portugal".
Afirmando-se "absolutamente consciente" das "dificuldades" que o povo português enfrenta neste esforço de reajustamento, o vice-presidente da Comissão Europeia apontou que é "essencial" restaurar a competitividade da economia portuguesa, pois só assim se alcançará uma retoma sustentável, mas vincou repetidamente que "ao mesmo tempo é muito importante que tal seja feito respeitando a equidade social".
"O Eurogrupo avalizou ontem (segunda-feira) a quinta revisão do programa português, e agora é essencial seguir em frente e prosseguir o trabalho com determinação para restaurar a competitividade económica, e fazê-lo de uma forma que seja socialmente justa", concluiu.
Na segunda-feira à noite, após a reunião do Eurogrupo, o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, garantiu que o Governo vai "tentar com afinco" substituir algumas das medidas de agravamento de impostos anunciadas para o próximo ano por outras de contenção de despesa.
O titular da pasta das Finanças realçou que "as linhas gerais" da apresentação do Orçamento de Estado de 2013 "manter-se-ão", mas "alguns dos aspetos dessas medidas poderão ser adaptados" e o Governo está "a trabalhar para procurar mitigar o agravamento que neste momento está previsto" e "reequilibrar esse pacote de medidas".