Confederação do Comércio e Serviços lamenta desvalorização do Governo pela Concertação Social
O presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal, João Vieira Lopes, considerou "lamentável" a desvalorização do Governo pela Concertação Social demonstrada na reunião desta terça-feira para debater os novos fundos comunitários.
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"A CCP tem que repensar um pouco o seu tipo de representação neste tipo de reuniões e quero manifestar publicamente o desagrado pela desvalorização que este Governo esta a fazer em relação à Concertação Social", disse o responsável no final do encontro aos jornalistas.
A confederação não viu com bons olhos que o Governo tenha convocado os parceiros para não adiantar "absolutamente nada de novo", apenas um "conjunto de generalidades", relativamente ao novo Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN) para 2014-2020, lamentando que o ministro Poiares Maduro tenha saído mais cedo da reunião, não chegando a ouvir todos os parceiros.
"Isto não é um problema pessoal, mas é lamentável a desvalorização completa do Governo em relação à Concertação Social, que penso que os parceiros sociais não podem nem deverão admitir", sublinhou.
O secretário-geral da UGT, Carlos Silva, abordou igualmente a questão no final da reunião de Concertação Social, alertando considerar que "os parceiros estão a ser chamados várias vezes para repetir as mesmas matérias".
"Ainda por cima, o senhor ministro teve que se ausentar (...), não tendo ouvido todos os parceiros. Ouviu apenas uma parte dele", disse.
Da parte do executivo, o secretário de Estado do Emprego, Pedro Roque, rejeitou qualquer desvalorização da Concertação Social, saudando que na reunião "tenha havido tempo para todos participarem".
"A reunião foi bastante participada. Houve de facto um impedimento do senhor ministro, que não lhe permitiu estar presente na totalidade da reunião, mas os secretários de Estado do Desenvolvimento Regional e da Agricultura, que acompanham o processo do acordo de parceria relativamente ao novo quadro comunitário de apoio tiveram ocasião para esclarecer tudo aquilo que foi solicitado", explicou o Governante.
Do lado da CGTP, Arménio Carlos acusou o Governo de "se estar a preparar" para desviar o dinheiro dos fundos "que deveriam servir para o desenvolvimento do país", para sustentar a redução do Estado através do despedimento dos funcionários públicos, tendo pedido explicações do executivo neste sentido.