As confederações patronais apresentaram-se, esta segunda-feira, unidas por um compromisso para o crescimento económico, desafiando o Governo para dar "um novo rumo para Portugal". Consideram que mais do que baixar o IRC, é urgente rever o IVA e o IRC.
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O compromisso foi assinado pela confederação dos agricultores (CAP), do comércio e serviços (CCP), do turismo (CTP) e pela Confederação Empresarial de Portugal (CIP).
"De uma vez por todas há que ter a coragem de o assumir e a ousadia de não insistir numa receita que não é uma solução para Portugal e cuja continuidade nos pode levar para um caminho sem retorno. É preciso coragem e humildade para reconhecer que precisamos de alterar o rumo", referiram os signatários deste compromisso hoje apresentado em conferência de imprensa, em Lisboa.
De acordo com o presidente da CIP, António Saraiva, esta iniciativa surgiu, nomeadamente, porque as confederações patronais consideram que o Governo está "a usar mal" uma boa ferramenta que é a Concertação Social.
Entre as medidas que consideram urgentes que Portugal venha a adotar, as quatro confederações patronais referem a necessidade de um "alívio fiscal" que será "determinante para a retoma do investimento das empresas, para a recuperação do emprego e do consumo das famílias".
O "assim que for possível" do Governo, relativamente a uma reestruturação do IRC, segundo o presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), João Vieira Lopes, "não é suficiente".
"Queremos propostas mais concretas e datadas", sublinhou.
A este propósito, o presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), João Machado, lembrou que a promessa de reestruturação do IRC é importante, mas não terá efeito imediato na situação do poder de compra das famílias.
"É preciso olhar com mais atenção para o IRS e também para o IVA, todas estas matérias têm que estar em cima da mesa, a par do IRC", disse.
A CAP, a CCP, a CIP e a Confederação do Turismo de Portugal (CTP) pretendem assim, em linhas gerais, que sejam concretizadas as linhas gerais do "Acordo para o Crescimento, Competitividade e Emprego", subscrito em janeiro do ano passado.
"Estamos unidos em torno das medidas que sejam capazes de recuperar os postos de trabalho, que estão a deixar perto de um quarto de população ativa no desemprego. Estamos unidos na ambição de travar a contração do investimento e na tarefa de tirar da letargia a nossa economia ", referem.