O indicador de confiança dos consumidores aumentou em maio para o valor máximo desde fevereiro de 2022, enquanto o indicador de clima económico diminuiu pela primeira vez este ano, divulgou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Corpo do artigo
Segundo os resultados dos "Inquéritos de Conjuntura às Empresas e aos Consumidores" do INE, "o indicador de confiança dos consumidores aumentou entre dezembro e maio, atingindo o valor máximo desde fevereiro de 2022, após ter registado em novembro o valor mais baixo desde o início da pandemia, em abril de 2020".
Quanto ao indicador de clima económico, "diminuiu em maio, após ter aumentado entre janeiro e abril", tendo os indicadores de confiança diminuído em todos os setores inquiridos: Indústria transformadora, construção e obras públicas, comércio e serviços.
De acordo com o INE, a evolução do indicador de confiança dos consumidores em maio "resultou do contributo positivo das expectativas de evolução futura da situação económica do país e da situação financeira do agregado familiar, assim como das opiniões sobre a evolução passada da situação financeira do agregado familiar".
"Apenas as perspetivas de evolução futura da realização de compras importantes por parte das famílias registaram um contributo negativo para o indicador de confiança", nota.
O saldo das expectativas relativas à evolução futura da situação económica do país "aumentou significativamente em abril e maio", retomando a trajetória ascendente observada desde novembro de 2022, que tinha sido interrompida em março, e renovando o valor máximo desde fevereiro de 2022.
Quanto ao saldo das perspetivas sobre a evolução futura da situação financeira do agregado familiar, "aumentou nos últimos dois meses, após ter diminuído ligeiramente em março, retomando o perfil positivo iniciado em novembro de 2022".
Por sua vez, o saldo das opiniões sobre a evolução passada dos preços "diminuiu significativamente em maio, afastando-se do patamar elevado em que se encontrava, próximo do valor máximo da série registado em outubro, no seguimento da trajetória acentuadamente ascendente iniciada em março de 2021".
Já o saldo das perspetivas relativas à evolução futura dos preços "aumentou em maio, interrompendo a trajetória marcadamente descendente observada desde março de 2022, quando atingiu o valor máximo da série".
Na indústria transformadora, a confiança diminuiu em abril e maio, após ter aumentado entre novembro e março, traduzindo um "contributo negativo de todas as componentes, perspetivas de produção, apreciações relativas aos 'stocks' de produtos acabados e opiniões sobre a evolução da procura global".
De acordo com o INE, o indicador de confiança diminuiu nos agrupamentos de bens de consumo e de bens intermédios, tendo aumentado no agrupamento de bens de investimento.
O saldo das apreciações sobre a procura global diminuiu em maio, após ter estabilizado no mês anterior, com as opiniões relativas à procura interna a agravarem-se, depois da recuperação verificada em março e abril, tendo-se também as apreciações relativas à procura externa agravado em maio, contrariando a recuperação do mês precedente.
O saldo das expectativas relativas aos preços de venda "diminuiu nos últimos sete meses, após ter aumentado em setembro e outubro, prolongando a trajetória descendente registada entre maio e agosto e atingindo o valor mais baixo desde maio de 2020".
O INE detalha que este saldo diminuiu em todos os agrupamentos: bens de consumo, bens intermédios e bens de investimento, "de forma mais expressiva no último caso".
Por seu turno, o indicador de confiança da construção e obras públicas "diminuiu em maio, após ter aumentado em março e, de forma mais significativa, em abril", tendo a evolução no último mês refletido o contributo negativo das perspetivas de emprego, uma vez que o saldo das apreciações sobre a carteira de encomendas aumentou.
No setor do comércio, o indicador de confiança diminuiu em março e maio, interrompendo a subida iniciada em novembro, em resultado, no último mês, do contributo negativo de todas as componentes: Opiniões sobre o volume de vendas, apreciações sobre o volume de 'stocks' e perspetivas de atividade da empresa.
Em maio, o indicador de confiança diminuiu no comércio por grosso e estabilizou no comércio a retalho.
Quanto aos serviços, viram o indicador de confiança diminuir "expressivamente" em maio, após ter aumentado em abril.
"A evolução do indicador resultou do contributo negativo de todas as componentes, perspetivas relativas à evolução da procura, apreciações sobre a atividade da empresa e opiniões sobre a evolução da carteira de encomendas, de forma mais intensa no primeiro caso", detalha o INE.