O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, defendeu que as propostas realistas de reformas que são reclamadas ao Governo grego devem ser correspondidas com propostas realistas dos credores sobre a sustentabilidade da dívida.
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Em mensagens publicadas na sua conta da rede social Twitter, Tusk aponta que acabou de falar com o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, e diz esperar receber esta quinta-feira "propostas de reformas concretas e realistas", tal como previsto (o prazo limite para as propostas de Atenas chegarem a Bruxelas está fixado à meia-noite, 23.00 horas de Portugal continental).
O presidente do Conselho Europeu (CE) acrescenta então que essas propostas realistas do Governo grego "necessitam de ser correspondidas com propostas realistas por parte dos credores sobre a sustentabilidade da dívida, para criar uma situação em que todos fiquem a ganhar".
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Na quarta-feira, o primeiro-ministro grego indicou que a proposta que a Grécia deve apresentar aos credores inclui "uma solução para o problema da sustentabilidade da dívida".
A proposta que Atenas "inclui um compromisso para que se inicie uma discussão aberta sobre a solução para o problema da sustentabilidade da dívida pública grega", escreveu Tsipras na sua conta na rede social Twitter.
A dívida pública grega representa cerca de 180% do Produto Interno Bruto, ou seja, quase o dobro da riqueza produzida no país.
Na quarta-feira, a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, considerou "necessária" uma reestruturação da dívida grega, uma posição que contraria a vontade de diversos Estados-membros da zona euro.
Uma vez chegadas as propostas de reformas de Atenas, com as quais o Governo grego pretende convencer parceiros e credores a concederem um terceiro programa de ajuda, as instituições (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e FMI) vão analisá-las, e submeterão de seguida a sua avaliação ao Eurogrupo, que preparará então a cimeira do euro agendada para domingo.
Domingo é apontado pelos dirigentes europeus como o dia de todas as decisões, e se não houver acordo nesse dia a Europa partirá para o chamado 'Grexit', a saída da Grécia da zona euro, como já admitiram publicamente vários líderes, tendo mesmo o presidente da Comissão, Jean-Claude Juncker, revelado na terça-feira que Bruxelas tem já "um plano detalhado" para esse cenário.