O primeiro-ministro britânico, David Cameron, que participa esta segunda-feira na cimeira do G20 no México, vai pedir aos líderes europeus que tomem decisões políticas duras para superar a crise do euro ou haverá uma "estagnação permanente".
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No discurso que hoje fará no México, e do qual alguns extratos foram divulgados em Londres e citados pela EFE, o chefe de Governo alertará que a crise na zona euro é uma das grandes ameaças à economia global e apelará à Alemanha e ao Banco Central Europeu (BCE) que respondam de maneira decisiva.
Durante o encontro com os líderes do Grupo dos Vinte (G20), Cameron irá pedir "medidas audazes" para restabelecer o crescimento económico e afirmar-se-á contra um regresso ao protecionismo comercial.
O primeiro-ministro apontará, em concreto, cinco ameaças à economia global: a instabilidade na zona euro, a dívida soberana, o reduzido crescimento, o protecionismo e as falhas na regulação do sistema bancário.
"Estas cinco ameaças são muito reais. E, deixemos claro, numa economia global, ameaçam-nos a todos", afirmará Cameron.
Segundo o chefe de Governo britânico, os bancos centrais não podem pretender "passar ao lado" da atual crise.
"A realidade é que há coisas que os países da zona euro têm que fazer. O desafio é tanto de vontade política como económica, acrescentará Cameron.
Segundo o primeiro-ministro, o G20 é "o fórum adequado para enfrentar estas ameaças", por reunir países que representam 90 por cento da economia mundial.
David Cameron deslocou-se até ao México acompanhado pelo ministro britânico da Economia, George Osborne, e por uma delegação de representantes de 25 grandes empresas do Reino Unido, como a Rolls-Royce e a Virgin Atlantic.
Os líderes do G20 iniciam hoje uma cimeira de dois dias em Los Cabos, na costa pacífica do México, que será dominada pela crise das dívidas soberanas na zona euro.
A agenda oficial do grupo das 20 principais economias do mundo (as potências industrializadas do G7, doze grandes nações emergentes e a União Europeia) é o crescimento a nível global. A situação europeia será, contudo, o tema principal.
As discussões serão particularmente influenciadas pelos resultados das eleições legislativas na Grécia, que se realizaram no domingo. A chanceler alemã, Angela Merkel, anunciou que só partiria para Los Cabos depois de serem conhecidos os resultados em Atenas.