O secretário de Estado da Energia, João Galamba, defendeu esta segunda-feira que o país precisa, "sem dúvida", de recorrer à dessalinização da água do mar - como está previsto que passe a ser feito no futuro no Algarve -, mas esta solução "deve ser avaliada como um todo e vendo onde faz falta e onde não faz".
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Numa conferência dedicada à temática da água e da seca que se vive em Portugal, esta tarde, na Fundação Oriente, João Galamba, secretário de Estado do Ambiente e da Energia, rejeitou qualquer "panaceia" em defesa da dessalinização em Portugal.
Sem soluções mágicas
Em referência à reutilização dos recursos hídricos, Galamba defendeu igualmente que não representa uma resposta absoluta aos problemas de falta de água de que Portugal padece. "Devemos olhar para o sistema como um todo" e não "achar, como muitas vezes acontece em Portugal, que temos a solução mágica para tudo", afirmou.
O secretário de Estado reconheceu as fragilidades de Portugal no acesso a recursos hídricos, agravado pela situação de seca extrema que o país atravessa. No entanto, acredita que "não será através da dessalinização (um processo de custos elevados) que o nosso país se transformará numa Noruega ou Suécia". "É um problema que carece de reflexão, concertação e negociação", sublinha.
Numa conferência onde se debateram possíveis alternativas ao uso de água para diversos setores, João Galamba frisou as possibilidades que a indústria do saneamento, "por excelência a indústria da circularidade", apresenta para o uso alternativo para setores como a agricultura.