O ministro da Economia, Vieira da Silva, classificou hoje, quarta-feira, de "sinais positivos e de inversão" a diminuição de 1,6 % em Junho, face a maio, de desempregados inscritos nos centros de emprego, reforçando a necessidade da recuperação económica.
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"Nós sabemos que a economia portuguesa, durante o início de 2010, teve um comportamento mais favorável do que todos os analistas esperavam - mais até favorável do que o próprio Governo tinha projectado -- e por é natural esse comportamento", respondeu Vieira da Silva aos jornalistas quando questionado sobre os dados hoje divulgados pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) que dão conta da diminuição do número de desempregados inscritos nos centros de desemprego em Junho, face a maio.
O ministro da Economia afirmou que o "crescimento da economia portuguesa foi um dos mais altos da União Europeia e que os dados apontam para que no segundo trimestre tenha continuado a haver um crescimento", sendo por isso natural que haja consequências no conjunto da economia, apesar de não ir "inverter definitivamente" as dificuldades.
"Estes são sinais positivos, de inversão do ponto de vista da economia", reiterou.
Questionado pelos jornalistas sobre se estes seriam dados "artificiais", consequentes da sazonalidade imposta pela época de verão, Vieira da Silva respondeu que, apesar dos dados do desemprego serem sazonais, têm também a ver com a maior ou menor recuperação económica.
"O ano passado, mesmo com a sazonalidade, nestes meses o desemprego estava-se a agravar", sustentou.
Para o ministro, "a recuperação económica é o factor chave para a inversão do desemprego", considerando que apesar deste serem "dados positivos" ainda não representam a inversão económica.
"Só o crescimento continuado da economia o vai permitir e portanto enquanto isso não acontecer torna-se mais difícil que os postos de trabalho que se perderam da recessão de 2009 possam ser recuperados. Isso é uma realidade que ninguém pode negar", afirmou.
Vieira da Silva salientou ainda que sem o início do crescimento "como está a acontecer nenhuma alteração da situação económica social é possível".
O número de desempregados inscritos nos centros de emprego em Portugal caiu 1,6 por cento em Junho, face a maio, e aumentou 12,7 por cento face ao mesmo mês do ano passado.
De acordo com a informação mensal publicada pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), no final de Junho, encontravam-se inscritos nos Centros de Emprego do Continente e das Regiões Autónomas 551.868 desempregados, mais 62.048 do que um ano antes.
Em Junho existiam menos 8.883 desempregados do que em Maio.