Directora do FMI diz que "problemas" de Itália obedecem à pressão dos mercados
A directora-geral do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, disse na segunda-feira que os problemas que a Itália enfrenta obedecem "fundamentalmente" à pressão dos mercados, mas admitiu que o país precisa de crescer mais.
Corpo do artigo
"O crescimento italiano tem que melhorar, o que é essencial para restaurar a normalidade em Itália, além das medidas de consolidação orçamental já aprovadas" para alcançar um défice de três por cento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2012, afirmou Lagarde num encontro com um grupo de jornalistas.
"Alguns dos números italianos são excelentes", disse a directora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI) ao salientar que o défice primário do país "é um dos mais baixos" e que a dívida italiana tem "características muito particulares" porque uma grande percentagem é interna.
Mas a ex-ministra das Finanças francesa reconheceu que a "Itália enfrenta claramente problemas neste momento que fundamentalmente respondem à pressão dos mercados", a que diz estar segura que o "governo italiano e os seus parceiros prestarão muita atenção".
As declarações de Lagarde surgem numa altura em que aumentam os receios de contágio da crise grega à terceira maior economia da zona euro.
"Temos muita instabilidade neste momento", disse a directora-geral do FMI ao acrescentar que o objectivo geral do FMI é procurar ajudar a acalmar a situação.
Lagarde não quis pronunciar-se sobre a eventual reestruturação da dívida grega.
"A última coisa que quero neste momento das conversações sobre a participação do sector privado é por mais lenha na fogueira ou fazer declarações que possam ser mal interpretadas", sustentou.
Lagarde evitou também dizer se as agências de notação financeira contribuem para elevar a desconfiança dos mercados.
"Desempenham um papel, sem dúvida", disse sem querer dar mais detalhes.
A directora-geral do FMI disse também na segunda-feira que o organismo vai anunciar hoje mudanças na equipa executiva, que poderão colocar um representante de um país emergente num alto cargo directivo.
