O Governo disponibilizou-se e o PS acabou por aceitar o adiamento da data da discussão e votação o Orçamento do Estado, na generalidade, para que, segundo a Oposição, José Sócrates possa estar presente no Parlamento "em plenitude" para "dar a cara" pelo documento.
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Na reunião desta manhã da conferência de líderes, o ministro Jorge Lacão mostrou-se disponível para aceitar que o Orçamento do Estado (OE) seja debatido e votado nos próximos dias 2 e 3 de Novembro, as datas iniciais sugeridas pela Comissão parlamentar de Orçamento e Finanças, e que tinham sido antecipadas para 28 e 29 de Outubro a pedido do Governo.
As duas deputadas socialistas presentes na conferência de líderes, Maria de Belém e Ana Catarina Mendes, ainda argumentaram que seria possível conciliar a presença de Sócrates, no Parlamento e em Bruxelas, mas acabaram por não rejeitar o adiamento proposto pelo Governo.
A questão tinha sido levantada, anteontem, pelo PSD, que questionou o facto de a 28 e 29 decorrer, em Bruxelas, um Conselho Europeu, no qual o primeiro-ministro terá de participar.
Ao responder às dúvidas sociais-democratas sobre a possível ausência de Sócrates no Parlamento, o Governo começou por garantir a presença do primeiro-ministro na abertura do debate e durante a votação, mas esta manhã, na conferência de líderes, o ministro dos Assuntos Parlamentares admitiu a mudança de datas.
"Não queremos alimentar uma querela artificial, porque o importante é que seja discutido e votado o Orçamento", acentuou aos jornalistas o ministro Jorge Lacão, no final da reunião, na qual pediu desculpa, em nome do Governo, pelo atraso na entrega do OE, justificando-o com um "incidente informático no Ministério das Finanças".
O atraso na entrega do documento fora suscitada pelos Verdes para pedirem o adiamento da discussão e votação do OE.