O presidente da Comissão Europeia defendeu, em Estrasburgo, a necessidade de a Europa apostar numa tributação mais eficaz e em impostos justos."Não sobre o trabalho dependente" mas sobre o consumo de energia ou fortunas, defendeu.
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Falando perante o Parlamento Europeu, em Estrasburgo, num debate sobre o reforço da governação económica, Durão Barroso começou por apontar que a Europa é, a par dos Estados Unidos, a região mais rica do mundo, pelo que tem os recursos próprios para responder à crise, "desde que haja vontade política".
"Alguns estão a sugerir que dependamos de economias emergentes, muito mais pobres que nós, para salvar a União Europeia. Eu acho isso muito estranho, para ser honesto. Nós temos os recursos na Europa para responder, desde que haja vontade política", observou Durão Barroso, acrescentando que o problema é que "os Estados-membros gastam mais do que recebem dos contribuintes".
O presidente da Comissão defendeu então que "quando se chega ao ponto em que já não é mais possível cortar na despesa, é preciso aumentar a receita, é inevitável".
"Isto significa uma tributação apropriada e justa. Uma tributação, quero deixar claro, não sobre o trabalho dependente, porque precisamos de mais emprego, e não menos", disse, sugerindo então impostos sobre consumo de recursos, em consumo excessivo de energia, ou sobre fortunas e património, por exemplo.
Lembrando que a Comissão fez um conjunto de propostas no domínio da evasão fiscal e sugeriu a criação de impostos como a taxação sobre transações financeiras, Durão Barroso voltou a apontar o dedo aos Estados-membros por as propostas não terem tido ainda seguimento.
"Vamos por isso ser honestos: não é necessário apresentar mais um pacote (de propostas). É tempo de o Conselho e os Estados-membros actuarem e actuarem rapidamente, também no campo da tributação", declarou.