Agenda do Governo para apoiar pequenos negócios, entidades públicas e privadas sem fins lucrativos.
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O Governo tem 200 milhões de euros para dinamizar o turismo do Interior, uma estratégia que pretende criar riqueza nos municípios de baixa densidade, 165 afastados do litoral, e aumentar a coesão do país. As medidas a que as entidades públicas, entidades privadas sem fins lucrativos (associações, entre outras) e empresas podem aceder constam da Agenda do Turismo para o Interior, que é dada a conhecer hoje, na Covilhã, numa sessão que contará com a presença do ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, e de outros membros do Governo.
Só 5% dos estrangeiros
O ano passado e o início deste ano têm sido muito bons para a atividade turística e a intenção é "continuar a crescer, mas crescer melhor, com autenticidade e em todo o país", explicou ontem ao JN Nuno Fazenda, secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços. Atualmente, "90% da procura turística estão concentrados no litoral". Se falarmos de procura internacional, o fosso aumenta, já que apenas 5% chegam ao Interior. Mas o Interior do país tem "muito potencial" e "atrativos únicos de excelência" que podem, através do turismo, ajudar a "promover a coesão territorial", defende Nuno Fazenda, explicando que a atividade turística tem um "efeito multiplicador" com impacto noutras áreas, nomeadamente nos "transportes, cultura, ambiente, agroalimentar e regeneração das cidades". O turismo é "um dinamizador das economias locais".
As prioridades da agenda hoje apresentada incluem preservar e potenciar os recursos naturais, históricos e culturais, mas também qualificar os recursos humanos e investir nas empresas para as tornar mais competitivas, sustentáveis em termos ambientais e para reforçarem a sua internacionalização.
"Vamos ter um orçamento global de 200 milhões de euros e vamos abrir avisos para que entidades públicas e privadas sem fins lucrativos possam apresentar projetos para reforçar a atratividade turística dos seus territórios. Por outro lado, vamos também abrir avisos e concursos para apoiar as empresas para reforçarem a sua competitividade", adiantou o secretário de Estado do Turismo. A verba resulta de uma combinação de fundos nacionais com comunitários, sendo que uma grande parte é de fundos nacionais, especificou.
Crédito aos "pequenos"
Entre as várias medidas que vão ser dadas a conhecer está uma linha de Microcrédito Mais Interior Turismo, no valor de cerca de 15 milhões de euros, para apoiar pequenos negócios, que terá prémios de desempenho. Pode servir para "a criação de uma nova empresa, mas também para a remodelação de um restaurante, de uma loja de artesanato ou uma loja com história, para melhorar a atratividade e modernizar pequenos negócios já existentes", exemplifica.
Esta ação é considerada particularmente importante porque o turismo "é também feito de pequenos negócios que, no seu conjunto, geram a atratividade dos destinos". A intenção é que durante este mês abra já o primeiro aviso desta linha do microcrédito.
Também será criada uma linha para "valorizar os recursos do território, à qual as entidades públicas, incluindo municípios, se poderão candidatar para preservar e valorizar os seus recursos turísticos, patrimoniais e naturais", adiantou ainda Nuno Fazenda, revelando que incluirá "alguns apoios a fundo perdido".