O Estado pagou à "troika" mais de mil milhões de euros em juros e comissões pelo empréstimo concedido ao abrigo do Programa de Assistência Económica e Financeira, um aumento de 18,8% face ao período homólogo.
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De acordo com a síntese da execução orçamental até maio, divulgada esta quinta-feira pela Direção-Geral do Orçamento (DGO), Portugal pagou 1.021,3 milhões de euros aos credores internacionais entre janeiro e maio deste ano, um valor acima dos 857,8 milhões que tinha pago no mesmo período do ano passado.
A DGO justifica este aumento com o primeiro pagamento de juros relativo à 10.ª tranche do empréstimo do Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira (MEEF), bem como com os juros pagos ao Fundo Monetário Internacional (FMI), em resultado do aumento do prémio que entrou em vigor em maio de 2014 e da depreciação do euro.
Considerando todos os instrumentos da dívida direta do Estado, Portugal pagou 2.777,3 milhões de euros em juros e comissões até maio, mais 23,6% do que no período homólogo, uma vez que nos primeiros cinco meses do ano passado o Estado gastou 2.246,3 milhões de euros nesta rubrica.
A entidade liderada por Manuela Proença explica que esse aumento da despesa com juros e encargos da dívida direta do Estado foi influenciado, "essencialmente, pelo comportamento da rubrica Obrigações do Tesouro, devido a emissões realizadas em 2014, que deram origem ao pagamento de juros em fevereiro e abril" deste ano, além dos pagamentos ao abrigo do PAEF.
A 17 de maio de 2014, Portugal abandonou oficialmente o resgate sem qualquer programa cautelar.
O programa de ajustamento pedido por Portugal à "troika" (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional), no valor de 78 mil milhões de euros, esteve em vigor durante cerca de três anos.