Estrangeiros entregam currículos para trabalhar em restaurantes de Gaia
Maioria não tem experiência. Há funcionários de África e da América Latina.
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Na loja oito do Mercado Beira-Rio, apesar das mesas repletas de clientes estrangeiros, Rogério Couto, de 40 anos, garante que consegue dar conta do recado. É o “único a trabalhar” naquele bar, onde os vinhos do Porto e da região Norte são servidos atempadamente, com calma e mestria no inglês, de quem nem parece que tem a casa cheia. Por ser apenas um a trabalhar, diz que há “compreensão por parte dos clientes”. “Há algo curioso, há muitas pessoas a vir aqui procurar emprego. Muitos nepaleses e africanos”, conta. Porém, não tem intenções de recrutar.
O fenómeno não é estranho, até porque Portugal é hoje um país de imigração e os estrangeiros asseguram uma parte significativa da mão de obra na restauração e na hotelaria, como confirmam várias associações do setor do turismo. À medida que nos aproximamos da Ponte Luís I, o movimento de pessoas aumenta e as esplanadas já estão mais agitadas. Percebe-se também que, se há sítios onde é possível trabalhar sozinho e ao mesmo tempo gerir o negócio, noutros tantos há dezenas de funcionários a garantir a comida e as bebidas nas mesas. Não seria possível de outra forma.