Falta de articulação entre sindicatos leva porto de Leixões a ser excepção à greve
O presidente da assembleia-geral da federação nacional dos trabalhadores portuários, Américo Vieira, criticou, esta segunda-feira, em Matosinhos, a outra federação sindical do sector por ter decidido avançar com o pré-aviso de greve sem os consultar.
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"Esta foi uma das razões porque o porto de Leixões não aderiu à greve, apesar de estarmos solidários com os trabalhadores de Aveiro", afirmou em declarações à Agência Lusa o dirigente da Federação Nacional dos Trabalhadores Portuários (FNTP), que representa os trabalhadores do porto de Leixões.
A greve, que termina às oito horas de sábado, foi convocada pela Confederação dos Sindicatos Marítimos e Portuários (Fesmarpor), que representa a maioria dos trabalhadores portuários.
A Fesmarpor decidiu avançar para a greve para reivindicar a suspensão ou a retirada do processo de insolvência da empresa de trabalho portuário do porto de Aveiro.
Américo Vieira entende que "o que se está a passar em Aveiro é mau para a generalidade dos portos" e que, em sinal de solidariedade, a federação enviou uma carta a "vários ministérios, ao presidente da República e ao primeiro-ministro solicitando a tomada de medidas que evitem a insolvência" da empresa de trabalho portuário do porto de Aveiro.
"Só não estamos em greve neste momento porque não nos consultaram antes de decidirem e anunciarem o pré-aviso de greve. Se calhar, nesta altura, podíamos estar todos parados e não estamos porque, na nossa óptica, o pedido de solidariedade com Aveiro não foi feito da melhor maneira", frisou.
Sobre o eventual desvio de navios para Leixões, o dirigente da FNTP e do sindicato dos estivadores do porto de Leixões disse que "existem trabalhadores suficientes" para responder a esse aumento da procura.
"Na devida altura, foi formado um grupo de trabalhadores para acudir a picos que possam existir, não para este caso concreto, mas para todo o ano. Isso poderá acontecer esta semana, como aconteceu em 2011 ao longo do ano, sempre que se registou uma afluência grande de trabalho", acrescentou.
A administração do porto de Leixões disse que até às 09.30 horas, todos os navios que se encontravam ali atracados eram os que estavam previstos, mas admitiu que ao longo do dia e da semana possa haver um desvio de navios para aquele porto.