A queda do Banco Espírito Santo apanhou o líder da Associação Portuguesa de Bancos de surpresa, com Faria de Oliveira a dizer, esta terça-feira, no parlamento, que tal cenário era impensável poucos meses antes.
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"A impensável e deplorável crise do BES teve efeitos imediatos que se traduziram em danos de imagem e de reputação para o setor e para o país", afirmou Fernando Faria de Oliveira durante a sua audição na comissão parlamentar de inquérito ao caso BES/Grupo Espírito Santo (GES).
O responsável apontou também para o impacto nos mercados financeiros, realçando que "é necessário separar o trigo do joio".
Apesar de a medida de resolução aplicada pelo Banco de Portugal ao banco não ser a preferida da APB, conforme Faria de Oliveira revelou aos deputados, apontando em alternativa para a utilização da linha pública de recapitalização da banca, o responsável reconheceu que a intervenção do supervisor "permitiu salvaguardar a estabilidade do sistema".
Questionado sobre as lições a retirar a partir do exemplo do BES, o responsável considerou que "o caso BES, depois do BPN e do BPP, mostram que as crises económicas profundas podem afetar as instituições, mas é a má gestão" que os fragiliza.
E apontou para os valores essenciais para quem lidera instituições financeiras: "Idoneidade, ética e honra".