Fernando Ulrich diz que acordo é "um final feliz" e "muito melhor que o PEC IV"
O presidente do BPI, Fernando Ulrich, defendeu que o acordo entre o Governo e a 'troika' é um "final feliz", realçando que "é muito melhor do que o PEC IV por ser mais completo, podendo ajudar ao crescimento da economia".
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Na conferência anual do 'Master in Public Administration', na Universidade Católica, no Porto, Fernando Ulrich admitiu estar "muito contente com este programa", considerando ser "muito melhor do que o PEC IV porque é muito mais abrangente, cobre mais matérias e pode ajudar ao crescimento da economia" portuguesa.
"Estou muito contente que tenha vindo a 'troika' e que tenha sido possível no espaço de um mês este esforço de concertação. Independentemente do resultado das eleições, pela minha parte, estou agradecido a todos aqueles que levaram a que o Governo caísse e que o PEC IV tivesse sido chumbado para partirmos para uma nova fase da vida portuguesa".
Na conferência anual do 'Master in Public Administration', na Universidade Católica, no Porto, Fernando Ulrich admitiu estar "muito contente com este programa", considerando ser "muito melhor do que o PEC IV porque é muito mais abrangente, cobre mais matérias e pode ajudar ao crescimento da economia" portuguesa.
"Estou muito contente que tenha vindo a 'troika' e que tenha sido possível no espaço de um mês este esforço de concertação. Independentemente do resultado das eleições, pela minha parte, estou agradecido a todos aqueles que levaram a que o Governo caísse e que o PEC IV tivesse sido chumbado para partirmos para uma nova fase da vida portuguesa".
Durante a intervenção sobre a política das políticas portuguesas, o banqueiro elogiou o programa de ajuda a Portugal, no valor de 78 mil milhões de euros "a uma taxa de juro muito interessante", que, acrescentou desconhecer, mas "deve ficar ali pelos 4,5 por cento".
Para Ulrich, "é extraordinariamente positivo que, no espaço de um mês, tenha sido possível definir, por escrito, um plano de políticas públicas que vai determinar a vida portuguesa para os próximos três anos", considerando-o "um plano consistente, coerente e que vai para além da macroeconomia e das finanças públicas".
O presidente do BPI mostrou-se confiante que o programa de financiamento "vai provavelmente merecer o acordo do PSD e do CDS e de vários parceiros socais, o que é um grande acontecimento", questionando "porque não foi possível fazer isto sozinhos há mais tempo".
Fernando Ulrich realçou que "algumas das medidas incluídas no acordo não são novidade. Foram defendidas por várias pessoas ao longo dos anos", considerando que a existência de um calendário de execução e um mecanismo de controlo são outras mais-valias deste acordo.
"Vamos ter a 'troika' permanentemente a controlar a execução o que é uma vantagem tremenda", declarou.
Também destacou o facto de "os parceiros e a oposição terem sido ouvidos num processo transparente, com papel e lápis, e não com conversas à noite, que isso tanto dá".
Ironizando, Fernando Ulrich disse que "ontem [quarta-feira], ao chegar ao Porto, foi comovente ver o ministro Pedro Silva Pereira a apelar à oposição para apoiar este programa que é muito mais parecido com os programas que o PSD defendeu do que o programa que levou o Governo de Sócrates ao poder".
Na conferência, o presidente executivo do BPI contou que, no último ano e meio, a única reunião entre o Governo e o Banco Central foi aquela em que os banqueiros defenderam o pedido de ajuda externa.
"Não consigo explicar como, estando a viver-se a maior crise financeira não foi possível estar à mesma mesa antes. Só me lembro de ter discutido coisas ridículas no último ano e meio", afirmou, considerando que se viveu um período que não é entendido "à luz da racionalidade humana".