A Federação dos Sindicatos da Função Pública irá propor um aumento nos salários dos funcionários do Estado entre 2% e 3%, mas reconhece que face à situação atual é "praticamente impossível" conseguir qualquer subida salarial.
Corpo do artigo
"Achamos que é praticamente impossível [uma atualização dos salários em 2013], mas o diálogo é neste momento o mais importante. Vamos, nestas negociações, tirar tudo o que for possível para os trabalhadores da Função Pública", disse à agência Lusa Nobre dos Santos, secretário-coordenador da Federação dos Sindicatos da Função Pública (FESAP).
Nobre dos Santos falava no final da aprovação do Caderno Reivindicativo da FESAP para 2013. De acordo com o sindicalista, o documento contém um conjunto de matérias importantes na melhoria das condições de vida dos funcionários do Estado, nomeadamente ao nível da gestão dos recursos humanos.
Segundo Nobre dos Santos, o Governo é atualmente constituído por "um grupo de pessoas sem experiência governativa", que tem levado a uma "diarreia legislativa" que era necessário sistematizar.
A FESAP está já também a "equacionar" uma jornada de luta para o feriado de dia 5 de outubro, com protestos em vários locais por todo o país.
"As imposições deram mau resultado no Governo anterior e está-se a ir pelo mesmo caminho", disse Nobre dos Santos, alertando para que o Governo "deve responder a todos estes movimentos sociais que estão a acontecer", nomeadamente à manifestação do passado sábado.
O Governo e os sindicatos da administração pública iniciam na terça-feira o processo de negociação anual.
A Frente Sindical, que integra o Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE) e é também filiada na UGT, propõe para 2013 "a reposição dos níveis remuneratórios de 2010" na Administração Pública e a subida do subsídio de refeição de 4,27 para cinco euros.
A proposta de política de rendimentos, aprovada pelo Secretariado Nacional da UGT e que serve de referencial aos seus sindicatos, reivindica aumentos entre 2 e 3% para o próximo ano.
A Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública, afeta à CGTP, por sua vez, exige aumentos salariais de 47 euros por trabalhador para o próximo ano e um aumento do subsídio de refeição de 4,27 euros para 6,5 euros.
A Frente Comum quer a reposição da parte dos salários que foi cortada aos funcionários do Estado em 2011 e 2012, assim como dos subsídios de férias e de Natal deste ano.
A Política Reivindicativa da CGTP para 2013 aponta para um aumento salarial de 4,0% para 2013 de forma a compensar o poder de compra perdido nos últimos anos e a inflação de 2012.