O representante permanente do Fundo Monetário Internacional em Portugal, Albert Jaeger, voltou, esta quinta-feira, a defender que o sector privado deve seguir o exemplo do setcor público e aplicar reduções salariais, repetindo as palavras da 'troika' desta quarta-feira.
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"A fim de melhorar a competitividade dos custos da mão-de-obra, os salários do sector privado deverão seguir o exemplo do sector público e aplicar reduções sustentadas", afirmou o responsável numa conferência em Lisboa, repetindo em detalhe a mensagem passada esta quarta-feira pela 'troika' no comunicado entregue aos jornalistas após a missão conjunta da Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional dar nota positiva na segunda avaliação do programa português.
Defendendo a posição da 'troika', Albert Jaeger disse mesmo que os trabalhadores portugueses são dos que mais horas trabalham entre as economias avançadas, mas que a produtividade é baixa e, assim, são dos que menos retiram de todas essas horas que trabalham.
Assim, segundo o representante do FMI, Portugal precisa de aumentar a sua competitividade e isso é algo que demora muito tempo, defendendo por isso a indicação dada já esta quarta-feira de que o sector privado deve seguir o exemplo de reduções salariais dado pelo sector público, com os cortes nos subsídios e nos salários (que se mantêm para o próximo ano, pelo menos) incluídos na proposta de Orçamento do Estado para 2012.
Seguindo a mesma linha da 'troika' na conferência de imprensa desta quarta-feira, o responsável defendeu ainda que o sucesso do programa português depende da implementação de um vasto programa de reformas estruturais.
"O sucesso do programa depende fundamentalmente da implementação de um amplo programa de reformas estruturais", disse ainda o austríaco, que comparou o caminho que Portugal enfrenta para restaurar o crescimento, finanças públicas sustentáveis e a confiança na sua economia com as montanhas austríacas.