O Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta um excedente de 0,2% do PIB este ano e um saldo nulo no próximo, mais pessimista do que o Governo, mas a única instituição que não estima um défice.
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Segundo o Fiscal Monitor divulgado esta quarta-feira, o FMI estima que Portugal vai alcançar um excedente de 0,2% este ano e um saldo de 0,0% em 2026, enquanto o Governo prevê, na proposta de Orçamento do Estado para 2026, excedentes de 0,3% e 0,1%, respetivamente.
A entidade é a exceção entre as instituições que seguem a economia portuguesa, sendo que, segundo as previsões mais recentes, a Comissão Europeia, o Banco de Portugal, a OCDE e o Conselho de Finanças Públicas apontam todos para um défice em 2026, nomeadamente devido ao impacto dos empréstimos previstos no Plano de Recuperação e Resiliência.
No entanto, o FMI tem previsões até ao final da década, num cenário de políticas invariantes, e projeta saldos orçamentais negativos desde 2027 até 2030: -0,2% em 2027, -0,5% em 2028, -0,7% em 2029 e -0,9% em 2030.
A instituição explica que "as projeções para o ano corrente baseiam-se no orçamento aprovado pelas autoridades, ajustado para refletir a previsão macroeconómica da equipa do FMI".
Já "as projeções posteriores baseiam-se na premissa de políticas invariantes", sendo que "as projeções para 2025 refletem as informações disponíveis na proposta orçamental de 2025".
O FMI tem também previsões para a dívida pública, estimando que o rácio vai cair para 90,9% em 2025 e 86,9% em 2026. No OE2026, o executivo estima a redução do rácio da dívida pública para 90,2% do PIB em 2025 e 87,8% em 2026.