
Ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento
Foto: Manuel de Almeida/Lusa
A economia portuguesa deverá crescer 1,9% em 2025 e 2,2% em 2026, prevê a Comissão Europeia, revendo em alta a estimativa para este ano e mantendo a projeção do próximo.
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Para Bruxelas, "a procura interna deverá continuar a impulsionar o crescimento económico em Portugal, apesar da incerteza no comércio global", segundo se lê nas previsões económicas de outono divulgadas esta segunda-feira.
Estas previsões são mais pessimistas do que as do Governo, que inscreveu no Orçamento do Estado para 2026 um crescimento de 2% este ano e de 2,3% no próximo.
Para este ano, a Comissão Europeia reviu em alta as previsões de maio de 1,8% para 1,9%, enquanto manteve a previsão de 2,2% em 2026. Já para 2027, Bruxelas estima um crescimento de 2,1%.
A revisão surge após a estimativa preliminar para o terceiro trimestre de 2025 ter mostrado uma expansão de 0,8%, impulsionada pelo bónus nas pensões e o ajuste nas tabelas de retenção de IRS pago em agosto e setembro, que "estimularam a procura do consumidor".
"O consumo privado também beneficiou de um aumento constante no emprego e nos salários, juntamente com taxas de juros mais baixas em empréstimos para famílias", nota Bruxelas, acrescentando que o investimento "apresentou um forte crescimento, refletindo uma recuperação acentuada no setor da construção civil no segundo trimestre de 2025".
Por outro lado, o crescimento das exportações desacelerou substancialmente devido às tensões e incertezas do comércio global e o "turismo estrangeiro desacelerou após vários anos de forte desempenho, enquanto o turismo doméstico continuou a crescer num ritmo acelerado", conclui.
Para os próximos anos, a Comissão prevê que o consumo privado continue a crescer a um ritmo constante, com o aumento do rendimento das famílias e uma diminuição gradual da taxa de poupança.
"Espera-se que o investimento cresça ainda mais rápido do que o consumo privado em 2025 e 2026, quando o uso de fundos do Plano de Recuperação e Resiliência atingir o seu pico", lê-se.
Já as importações devem continuar a crescer mais rapidamente do que as exportações, "embora a diferença de crescimento deva diminuir a partir de 2026", perspetiva Bruxelas.
