Para atingir a autossuficiência energética até 2035, a Administração dos Portos do Douro e Leixões (APDL) tem em curso um conjunto de projetos que aproveitam a energia do mar. Um deles é o da empresa sueca Eco Wave Power, que pretende instalar, nos próximos anos, boias flutuantes no molhe norte da foz do Douro para aproveitar a energia das ondas.
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"Se a APDL consome 15 gigawatts por hora e se nós nos molhes do Douro pudéssemos instalar cinco megawatts, podíamos ter uma produção de 18,5 gigawatts por hora. Ou seja, só com este projeto nós podíamos produzir toda a energia necessária para o porto de Leixões, para os consumos atuais", revela Nuno Araújo, presidente da APDL. Outra iniciativa é a da empresa britânica Core Power que já tem um projeto-piloto a funcionar no porto de Viana do Castelo e pode expandir a atividade para Leixões.
A APDL decidiu abrir uma consulta pública para perceber que tipos de projetos podem rentabilizar a zona costeira, sublinha Nuno Araújo: "Decidimos perceber de que forma podemos produzir energia com recurso às ondas do mar, vento ou energia solar para mudar o índice energético, para sermos autossuficientes e para que o excedente possa vir a ser injetado na rede e com isto se crie uma nova fonte de receita".
Para se perceber o impacto dos projetos ao nível ambiental, Nuno Araújo exemplifica que um navio cruzeiro, atracado durante um dia, chega a consumir energia equivalente a uma cidade como Matosinhos. "Isso é considerável e coloca perante a administração este desafio", conclui.