A expansão do Terminal de Gás Natural Liquefeito (GNL) de Sines deverá reduzir a fatura do gás para a indústria e para os consumidores finais, o que poderá acontecer "a qualquer momento", disse, esta segunda-feira, o secretário de Estado da Energia, Artur Trindade.
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"O terminal está já em operação. O facto de aumentarmos a escala e de podermos ir buscar gás natural mais barato pode refletir-se nos preços a qualquer momento", defendeu Artur Trindade, à margem da cerimónia de inauguração da expansão do terminal, que já está operacional.
Em declarações aos jornalistas, o governante disse que "quanto maior for a porta de entrada, maior acesso a fontes diversas e maior a possibilidade de encontrar fontes diversificadas", considerando que a concorrência faz baixar os preços.
"Ao haver possibilidade de contratar gás de outra proveniência só se irá fazer se se conseguir um preço mais competitivo", adiantou, referindo "o benefício da indústria e dos consumidores".
Também é convicção da REN, a responsável pelo terminal de Sines, que o investimento de 193 milhões de euros possa reduzir a fatura do gás.
A REN também acredita que este investimento pode vir a reduzir a fatura do gás, uma vez que a infraestrutura permite "aos agentes económicos comprar gás mais barato", afirmou o presidente da REN - Redes Energéticas Nacionais, Rui Cartaxo.
"Hoje existem basicamente dois mercados de gás natural: o dos contratos de muito longo prazo, em que os produtores impõem preços indexados ao preço do petróleo, e há o mercado SPOT, que está num crescimento muito rápido e que dá oportunidade aos agentes económicos de comprarem gás mais barato", explicou.
De acordo com o presidente da empresa que gere as redes energéticas nacionais, onde o Estado ainda detém 11 por cento do capital, depois de ter alienado 40 por cento em fevereiro, "a partir de hoje, Portugal passa a ter uma infraestrutura que é das melhores do género na União Europeia".
"Todos os utilizados, em especial associações de industriais e os comercializadores de gás natural, têm hoje uma infraestrutura que lhes permite tirar partido das oportunidades que o mercado SPOT [negociação para entrega imediata] oferece hoje", acrescentou o gestor.
As obras da 2.ª fase deste projeto, iniciadas em 2009, passaram pela construção do terceiro tanque de armazenagem de GNL, bem como de outros equipamentos como novos circuitos de água do mar e sistema de emissão, e uma terceira baía de enchimento de camiões.
O incremento de capacidade permite, também, que mais fornecedores acedam ao terminal, aumentando a concorrência e beneficiando o consumidor final através do acesso acrescido ao mercado internacional de GNL a preços competitivos.
Esta expansão permite ainda o aumento da energia movimentada pelo Terminal de Sines, que atualmente representa 56 por cento do total anual de gás natural consumido em Portugal.