Governo diz que ligação ferroviária Porto-Vigo é "estruturante"

Falando no âmbito de um colóquio sobre mobilidade e transportes, que decorreu esta segunda de manhã em Gaia, o secretário de Estado adiantou que, quando o Governo se reuniu com o seu homólogo espanhol, percebeu que este "não considerava fundamental" esta ligação.

O governante voltou a defender a utilização de parte do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) para o sector dos transportes, afirmando que esta será uma forma do Governo de poder avançar com a expansão das redes do metro do Porto e Lisboa.

No seu discurso, Sérgio Monteiro falou na privatização/concessão de linhas de transportes públicos, afirmando que para abrir essa porta aos privados "só precisamos de uma contratualização clara e reguladores eficientes".

Acrescentou ainda que a passagem de serviços para o privado "não é um fim", uma vez que se as propostas que o Governo receber "não forem adequadas e não capturarem valor para o Estado", esses serviços "não serão entregues a privados e irão manter-se na esfera pública".

O governante reafirmou que só "retirando gordura ao sistema e não chamando os impostos de todos a servir privilégios só de alguns é que será possível pedir dinheiro ao Estado para investimentos que geram valor, como a expansão do metro".

Nuno Cardoso, o antigo administrador da Metro do Porto e autarca do Porto que colabora actualmente com a Câmara de Gaia, também esteve presente e considerou que "esbanjar os meios disponíveis é um desperdício, uma tontaria".

Para o autarca, o empenhamento do Governo para reestruturar o sector dos transportes é fundamental. Apresentando o protejo que a Câmara de Gaia está a desenvolver para reestruturar a oferta de transportes no município, Cardoso adiantou que "a Câmara quer criar uma rede de corredores bus", para dar prioridade aos transportes públicos.