Governo grego diz que liquidez bancária está assegurada apesar do corte do BCE
O Governo grego avançou, esta quinta-feira, que a liquidez bancária está assegurada, depois de o BCE ter anunciado na quarta-feira que deixou de aceitar títulos de dívida pública grega como garantia nas suas operações de refinanciamento.
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O porta-voz do Governo, Gavriil Sakelaridis, diz que "não há motivo de preocupação" e que se trata de uma "pressão política" por parte do BCE no âmbito do processo de negociação da Grécia com os seus parceiros.
"Não vamos chantagear, nem tão pouco vamos deixar que nos chantageiem", disse Sakelaridis em declarações à estação de televisão privada Mega.
O Ministério das Finanças grego sublinhou que a decisão do BCE não é o resultado de uma "evolução negativa no setor financeiro", uma vez que ocorre "depois de dois dias de uma estabilização substancial" do mercado.
O mesmo ministério frisou que o sistema bancário vai manter-se adequadamente capitalizado e completamente protegido através do programa de assistência de liquidez de emergência.
"Esta decisão coloca pressão sobre o Eurogrupo, para proceder rapidamente à conclusão de um novo acordo em benefício mútuo para a Grécia e os seus parceiros", informou o ministério em comunicado citado pela agência Efe.
Acrescentou que o Governo "aumenta diariamente" o círculo de parceiros e instituições com os quais mantém consultas e "permanece firme na sua meta de aplicar o programa de salvação social, aprovado pelo voto do povo grego".
Pouco depois das 8 horas GMT (7 em Portugal continental), os títulos gregos a dez anos estavam a atingir uma taxa de 10,51% no mercado secundário, acima dos 9,678% registados na quarta-feira.