O ministro do Ambiente, Jorge Moreira da Silva, afirmou, esta segunda-feira, que o aumento dos preços dos combustíveis previsto pela Galp para 2015, devido à fiscalidade verde e a outras medidas do Governo, não tem adesão à realidade.
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"Não há razões para assustar as pessoas com aumentos que não estão previstos, a partir da fiscalidade verde", sublinhou o ministro, questionado pelos jornalistas sobre declarações feitas esta segunda-feira pelo presidente da Galp. Ferreira de Oliveira atribuiu às novas políticas governamentais um aumento de 346 milhões de euros no custo total dos combustíveis para o próximo ano.
"É evidente que alguém anda a utilizar a fiscalidade verde como um pretexto para antecipar eventuais aumentos que não têm adesão à realidade", afirmou o ministro. "Como é que a fiscalidade verde pode representar 350 milhões de euros de aumento na área dos combustíveis, quando representa no seu todo 165 milhões de euros e 95 milhões de euros na área dos combustíveis?", atirou o governante, que falava à margem de uma cerimónia de inauguração de um novo posto de carregamento de gás natural veicular.
De acordo com Moreira da Silva, a fiscalidade verde, através da taxa de carbono, irá representar um aumento de 1,5 cêntimos por litro, tanto na gasolina como no gasóleo. A este valor o ministro somou dois cêntimos por litro que são atribuídos à contribuição rodoviária, "que não tem nada a ver com a fiscalidade verde, pois está ligada à Estradas de Portugal". "Anda muito longe dos seis ou sete cêntimos referidos", considerou.
O presidente da Galp, Ferreira de Oliveira, indicou hoje que o gasóleo vai ficar cinco cêntimos por litro mais caro no próximo ano e a gasolina 6,5 cêntimos, por via das medidas previstas no Orçamento do Estado e da reforma da Fiscalidade Verde. "Os combustíveis vão ficar 346 milhões de euros mais caros em Portugal no próximo ano", declarou.
O responsável fez as contas, com base no consumo de 2013, refletindo o aumento da contribuição de serviço rodoviário, a taxa de CO2 e a obrigação de inclusão de um álcool na gasolina e de biocombustível no gasóleo. "Embora não tenhamos que emitir opinião sobre a justiça ou injustiça dos impostos, vai afetar os clientes", declarou.