O primeiro-ministro afirmou, esta sexta-feira, que é afinal a Grécia que tem sido a beneficiária de um tratamento de excepção. Passos Coelho considera que os gregos conseguiram "uma flexibilidade muito maior" do que aquela que foi permitia a Portugal e à Irlanda como foi apontado por Alexis Tsipras.
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"Nem a Irlanda, nem Portugal beneficiaram de uma tal flexibilidade nas negociações com a troika", afirmou o Passos Coelho, frisando que "na prática, tudo aquilo que eram objectivos que estavam dentro do segundo programa, foram largamente abandonados".
O primeiro-ministro considerou ainda que objectivos para a Grécia "não foram marginalmente alterados, como foi no caso de Portugal". Por outro lado, as exigências da troika em relação à Grécia "foram largamente abandonadas".
"Não creio que haja, portanto, uma comparação que possa ser feita e que sirva para mostrar que há uma discriminação negativa em relação à Grécia", disse o chefe do governo, salientando que "por razões que são compreensíveis, uma vez que a Grécia tem revelado outros problemas que existiam com Portugal ou com a Irlanda", Atenas conseguiu "uma flexibilidade muito maior do que aquela que existiu com os nossos casos".
"Portanto, nós hoje estamos a trabalhar com a perspectiva de chegar a um excedente primário [para a Grécia] significativamente menor do que estava previsto", lembrou, frisando que "as instituições estão a discutir com o quarto governo grego, deste que se iniciou o processo de assistência técnica e financeira à Grécia, a quinta avaliação que ainda não fechou".