A Comissão Europeia manteve as previsões de uma retoma lenta da economia europeia, com um crescimento este ano de 1,6% na zona euro e 1,9% na União Europeia, aumentando muito ligeiramente o ritmo nos próximos dois anos.
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Segundo as projeções de outono do executivo comunitário, divulgadas esta quinta-feira, o crescimento da zona euro subirá para 1,8% em 2016 e 1,9% em 2017, enquanto a retoma no conjunto da União Europeia a 28 aumentará para os 2,0% no próximo ano e 2,1% em 2017.
Bruxelas estima que a Grécia vai fechar o ano em recessão, apontando o dedo à "crescente incerteza" gerada pelo falhanço do programa de assistência, o referendo de junho último, o fecho dos bancos e o controlo de capitais. Nas suas previsões de primavera, divulgadas em maio, a Comissão ainda estimava um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) grego de 0,5%.
A Comissão espera uma "recuperação ao longo de 2016, apoiada numa melhoria da confiança, na estabilização do setor financeiro que se seguirá à recapitalização dos bancos esperada para finais de 2015, e o consequente relançamento do investimento e dos projetos de privatização".
"Ainda assim estima-se que a economia grega vai contrair-se 1,3% em 2016, impactada por efeitos de 2015. Em 2017, o crescimento do PIB vai ganhar velocidade e está estimado em 2,7%, à medida que as reformas estruturais realizadas fortaleçam a procura", salienta.
Por outro lado, a Comissão sinalizou a excecional "forte recuperação" da economia na Irlanda, "após anos de ajustamento bem-sucedido". Nas previsões do outono, Bruxelas antecipa que o PIB irlandês deverá crescer 6% este ano e depois corrigir este crescimento para os 4,5% em 2016 e 3,7% no ano seguinte.
Em Espanha, o crescimento da economia estimado é de 3,1% este ano, mas vai "desacelerar suavemente" para 2,7% em 2016 e 2,4% em 2017, mas ainda a "níveis robustos", e com o emprego a crescer, indicam as previsões da Comissão Europeia.
Para o Reino Unido prevê-se uma moderação do crescimento, com um aumento do PIB de 2,5% este ano, abaixo dos 2,9% de 2014, e acompanhado de uma subida da inflação. Em 2016 e 2017 deverá manter-se a trajetória de "suave descida", com o PIB a recuar para os 1,8% no próximo ano e para os 1,6% em 2017.
Também para a Alemanha as perspetivas de crescimento são revistas em baixa, apontando uma subida do PIB de 1,7%, menos 0,2 pontos percentuais que o estimado em maio (1,9%).
Bruxelas reviu ainda em baixa as previsões de crescimento para a economia de França, estimando um crescimento 1,1% este ano, 1,4% em 2016 (1,7% em maio) e 1,7% em 2017, sustentado pelo consumo privado, mas ajudado ainda pelo crescimento do rendimento familiar disponível, pelo sentimento positivo dos consumidores e pela diminuição das poupanças das famílias.
Em Itália, a economia está no caminho de conseguir um crescimento "mais autossustentável" e deverá crescer 0,9% este ano, recuperando da queda de 0,4% de 2014.