A bolsa de Atenas fechou a cair 6,85%, para os 822,39 pontos, na sequência das declarações da chanceler alemã, que colocou dúvidas no apoio ao plano financeiro de ajuda à Grécia.
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A bolsa helénica lidera as perdas mundiais e os investidores receiam que o governo grego não tenha, a 19 de Maio, os 8,5 mil milhões de euros necessários para pagar uma parte dos empréstimos que contraiu.
O ministro das Finanças, George Papaconstantinou, já tentou minimizar estes receios. "Até esse dia, tudo deverá estar concluído, não tenho qualquer dúvida", disse, referindo-se ao plano de ajudas que a Grécia activou junto da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional, no valor de 45 mil milhões de euros.
No entanto, as declarações de ontem, segunda-feira, da chanceler alemã, Angela Merkel, de que não é líquido que a Alemanha vá ajudar a Grécia ou qualquer outro país em dificuldades financeiras dentro da zona euro, exigindo medidas mais drásticas do governo helénico, não ajudaram o mercado.
"O mercado está a jogar na perspectiva realista de que a Grécia pode estar em posição de não conseguir pagar as suas obrigações", disse Jane Foley, diretor da Forex.com, citado pela agência Bloomberg.
À semelhança da Grécia, todas as bolsas europeias registam quedas, com os investidores a apostarem que a falência da economia grega pode pôr em causa a moeda europeia e contagiar outros países com finanças inconstantes, caso de Portugal.
A Grécia teve, no ano passado, 13,6% de défice. Para este ano, prevê-se que a taxa de desemprego atinja 11%, enquanto a inflação deverá rondar os 3%.
"Estamos a viver os temos mais duros das últimas décadas", reconheceu o primeiro-ministro gregom George Papandreou. "Os desafios do nosso país são sem precedentes, não só para Grécia, mas também para Europa, e até para economia mundial... e isto não é exagero", concluiu.