A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, afirmou que a Grécia necessita de dois anos suplementares, até 2016, para reduzir o défice em linha com as exigências dos credores internacionais da 'troika'.
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"Um período adicional de dois anos é necessário para a Grécia, para que o país possa cumprir o programa de saneamento das finanças públicas" que deveria reduzir o défice público até 2,1% do seu Produto Interno Bruto (PIB) em 2014 contra os 7,3% previstos para este ano, disse Christine Lagarde.
O FMI já tinha adiantado ter "bons argumentos" para dar mais tempo a Atenas, mas esta foi a primeira vez que Lagarde evocou claramente este período adicional de dois anos, reivindicado pelo Governo grego.
"Em vez de uma redução frontal e massiva (...), é por vezes preferível ter um pouco mais de tempo", disse a responsável pelo FMI, salientando que foi o que o organismo "defendeu para Portugal, para Espanha e é o que defende agora para a Grécia".
Durante uma cimeira em meados de setembro, a União Europeia deixou entender que estava pronta para dar mais tempo à Grécia, que negocia atualmente com os seus credores do FMI, Banco Central Europeu e União Europeia para conseguir uma nova tranche de ajuda de 31,5 mil milhões de euros.
De acordo com o FMI, a dívida pública da Grécia deverá ultrapassar os 170% do seu PIB este ano e deverá ainda agravar-se em 2013 para atingir 181,8%, enquanto os credores públicos deram até 2020 para reduzir esse rácio para 120%.