Os três sindicatos que tinham marcado uma greve na CP durante o período da Páscoa (de sexta a segunda-feira) desconvocaram a paralisação. A decisão resulta de um acordo alcançado numa reunião com a empresa, esta quinta-feira de manhã.
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Três sindicatos que representam os trabalhadores da CP comprometeram-se, quinta-feira, a suspender todas as greves em curso, entre as quais a paralisação prevista para o período da Páscoa.
"Pensamos que estão criadas as condições para suspender as greves em curso e dar por findo durante a próxima semana o conflito" entre sindicatos e a empresa, afirmou à Lusa o coordenador do Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário (SNTSF), José Manuel Oliveira.
"Prevaleceu o bom senso", afirmou o presidente do Sindicato dos Maquinistas (SMAQ), António Medeiros, acrescentando que o acordo alcançado com a CP "prevê a aplicação do regime de trabalho contido no Acordo de Empresa", em detrimento das regras da Função Pública.
O SNTSF, o SMAQ e o Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI) estiveram reunidos esta quinta-feira de manhã com a CP e chegaram a um acordo que teve como consequência a suspensão de todas as greves previstas.
Em declarações à Lusa, a porta-voz da CP - Comboios de Portugal, Ana Portela, disse que o acordo entre sindicatos e a empresa, que levou à suspensão da greve prevista para o período entre 22 e 25 de Abril, foi alcançado durante uma reunião realizada esta manhã.
Na reunião estiveram presentes representantes dos sindicatos Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário (SNTSF), dos maquinistas (SMAQ) e da revisão (SFRCI).
No encontro, "foram assinados acordos entre os sindicatos e a empresa. A CP comprometeu-se a apresentar ao Governo o estudo que tem para aplicação das cláusulas do Acordo de Empresa no que se refere ao trabalho extraordinário, em dia de descanso e em dia feriado em detrimento da aplicação das regras da Função Pública e os sindicatos comprometeram-se a suspender todas as greves que tinham em curso neste momento", explicou Ana Portela.
No final do mês, haverá uma nova reunião com estas três estruturas sindicais para reavaliar a situação, acrescentou a porta-voz da CP.
Os maquinistas da CP tinham agendada uma greve para o período entre 22 e 25 de Abril, enquanto o SFRCI tinha prevista uma paralisação dos revisores para o dia 24 de Abril.
Os sindicatos contestam a forma como a CP aplicou a norma do Orçamento do Estado relativa aos cortes salariais, insurgindo-se contra a redução dos valores pagos pelas horas nocturnas, pelo trabalho extraordinário, em dia de descanso e feriados.
Esta reivindicação já esteve na origem de diversas greves convocadas pelos sindicatos que representam os trabalhadores da CP.