As greves realizadas, em 2011, pelos trabalhadores da CP tiveram como consequência para a empresa uma perda de receita "na ordem dos oito milhões de euros".
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"A estimativa de perda de receita total de todas as greves desde o início de 2011 é da ordem dos oito milhões de euros", disse a porta-voz da empresa, Ana Portela.
A responsável explicou que esta estimativa "é feita com base na perda de venda de bilhetes, não contemplando a perda de venda de passes mensais, por ser difícil de comprovar".
No entanto, a Comboios de Portugal (CP) acredita que "as greves continuadas" levam a que também as vendas de passes mensais sejam afectadas, argumentando que "a inconsistência da oferta, levará seguramente os clientes a abdicarem" da compra destes títulos.
Este ano, os sindicatos que representam os trabalhadores da CP apresentaram, no total, 51 pré-avisos de greve, sendo que muitas das paralisações decorreram de forma conjugada e simultânea.
Só o Sindicato Nacional dos Maquinistas (SMAQ), que esteve em greve nos dias 23, 24 e 25 de Dezembro e que vai voltar a parar a 1 de Janeiro de 2012, apresentou 12 pré-avisos de greve em 2011, de acordo com as informações fornecidas pela porta-voz da CP.
Em Dezembro, a CP adiou o pagamento dos salários (tradicionalmente pagos uma semana antes) e apresentou como justificação a grave situação financeira da empresa e "insuficiências momentâneas de tesouraria, bem como a inadiável necessidade de satisfação das suas obrigações vencidas perante o Fisco, a Segurança Social e os fornecedores".
A CP tem argumentado que as greves têm como consequência a perda de receitas de bilheteira, que a empresa usa para cumprir os seus compromissos.
Na passada quarta-feira, o SMAQ pediu uma audiência ao Governo para dar a conhecer a sua versão sobre o conflito que mantém com a administração da CP e que está na origem das greves.