O ministro japonês das Finanças apelou à zona euro para aplicar "rapidamente" o plano de ajuda à Grécia, a fim de tranquilizar os mercados e controlar a valorização do iene face ao euro. Ministros das Finanças da zona euro reúnem, esta terça-feira, para aprovar medidas.
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"A incerteza não poderá ser apaziguada enquanto (os países da zona euro) não mostrarem claramente ao mercado a sua intenção de aplicar rapidamente o plano de ajuda à Grécia", declarou Jun Azumi durante uma conferência de imprensa.
As declarações de Jun Azumi surgem no dia que os ministros das Finanças da União Europeia se preparam para adoptar, esta terça-feira, no Luxemburgo o pacote de seis peças legislativas sobre governação económica, que reforçam as vertentes preventiva e punitiva do Pacto de Estabilidade e Crescimento.
Depois de o Parlamento Europeu ter aprovado o chamado "6pack" na sessão plenária da semana passada em Estrasburgo, o Conselho (Estados-membros) vai hoje pôr um ponto final definitivo na aprovação de um pacote legislativo que esteve a ser negociado durante cerca de um ano entre a Comissão Europeia, os 27 e a assembleia, e que deverá entrar em vigor a 1 de Janeiro de 2012.
Além de prever sanções mais duras para os países "prevaricadores", o pacote da governação económica estabelece uma supervisão mais rigorosa das políticas económica e orçamental por parte da UE, com a introdução de um novo conjunto de indicadores para identificar e corrigir os desequilíbrios macroeconómicos nos Estados-Membros, antes que se transformem em situações insustentáveis.
Uma vez adoptadas estas regras - que muitos consideram já insuficientes face aos desenvolvimentos ocorridos no último ano -, os 27 continuam discussões sobre outros assuntos onde um compromisso ainda parece estar longe, focando-se hoje num debate sobre a "estratégia de saída orçamental", em torno da possibilidade de alguns países, os poucos que têm alguma margem de manobra a nível orçamental, poderem aliviar um pouco a contenção e investir no crescimento, de forma a prevenir o caminho da recessão.
A reunião "Ecofin" de hoje, de ministros das Finanças dos 27, foi antecedida segunda-feira pelo encontro do chamado "Eurogrupo", que reúne os 17 ministros da Zona Euro, que decidiram adiar para a segunda quinzena de Outubro uma decisão sobre o desembolso de nova tranche de ajuda à Grécia, apontando que Atenas pode aguentar até Novembro.
O presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, indicou que desmarcou uma reunião extraordinária, inicialmente pensada para 13 de Outubro, para decidir o desembolso da sexta "fatia" do empréstimo à Grécia, já que, com a missão da "troika" (Comissão, BCE e FMI) ainda em Atenas, não será possível até essa data ser tomada uma decisão, mas ressalvou que recebeu indicações das autoridades gregas de que a Grécia tem dinheiro para pagar pensões e salário até Novembro.
Quanto a Portugal, Juncker e o comissário europeu dos Assuntos Económicos, Olli Rehn, garantiram que as contas portuguesas, designadamente a derrapagem orçamental na Madeira e os "números" do défice português no primeiro semestre do ano anunciados na semana passada (8,3 por cento do PIB), não estiveram na agenda da reunião do Eurogrupo.