(Em atualização) Arménio Carlos está a fazer uma longa direta. Levantou-se as 7 da manhã de quarta-feira, esteve durante a noite com piquetes de greve, voltou à sede da CGTP e foi direto para a ronda dos piquetes. Só vai parar às 23 horas de quinta-feira. Na prática, vai estar a pé 40 horas.
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Chegou bem disposto, bem agasalhado para o frio da manhã junto ao rio. Cumprimentou os elementos do piquete e fez os primeiros diretos para os jornalistas.
À porta do arsenal do Alfeite ouviu algumas buzinadelas de incentivo de automobilistas. Depois atirou-se ao transito infernal nos acessos à ponte 25 de abril, mas para rumar a sul, à Auto Europa.
Arménio Carlos fez a paragem obrigatória na fábrica da Auto Europa, em Palmela. A adesão à greve está longe de ser significativa, mas o novo secretário-geral da CGTP não esmoreceu, e incentivou os trabalhadores a manterem-se firmes no protesto.
Depois fez-se à estrada, a caminho de Setúbal, ao volante de um Volkswagen Golf, acompanhado pelo adjunto do gabinete. "Não tenho sono, estamos determinados", disse ao JN.
Confrontado pelos jornalistas sobre a possibilidade de a Greve Geral vir a ter pouca adesão, devido à falta de apoio da outra central sindical, a UGT, Arménio Carlos disse "ter a certeza que muitos trabalhadores que não podem fazer greve, até por razões económicas, estão com aqueles que aderem à greve geral".
Na Lisnave, a adesão à greve ronda os 75%, o que não esmoreceu Arménio Carlos. "Cerca de 90% dos trabalhadores da empresa são precários. A Autoridade para as Condições do Trabalho sabe disso há muito tempo", frisou.
No regresso a Lisboa, Arménio Carlos trocou com Tiago Cunha, adjunto do seu gabinete, que é agora quem conduz. Na A12, Arménio Carlos recebe a indicação por telemóvel de que a porta do carro, do lado do condutor, vai mal fechada. Um percalço corrigido de pronto.
Em Lisboa, Arménio Carlos foi visitar o piquete de greve no liceu D. Manuel e inteirou-se dos números da adesão na Educação, junto do secretário-geral da Fenprof, que o recebeu à chegada à escola. Mário Nogueira disse ao líder da CGTP que a adesão está "sensivelmente ao nível do ano passado", apurou o JN.
"Este é o momento correto para fazer a greve, porque o Governo vai apresentar uma proposta de alteração da lei laboral, que vai ser discutida, em princípio, no dia 28. Se a greve fosse marcada para depois do debate, poderiam dizer que era uma tentativa de aproveitamento político", disse Arménio Carlos, quando confrontado com a oportunidade e a pertinência da greve geral, nesta altura.
Um pouco por todo o país, há relatos de que a greve não é tão geral como o esperado. "Não há qualquer derrota pessoal", se se confirmar que adesão é mais baixa do que na greve anterior, argumentou Arménio Carlos. "Não estamos aqui por questões pessoais. Estamos aqui pelo coletivo", argumentou.
O líder da CGTP contornou a questão da adesão e referiu "com muita satisfação" informações que lhe fizeram chegar, dando conta de que "há muitos jovens que fizeram greve pela primeira vez", alguns deles em situação precária.
Por falta de tempo, decorrente em boa parte dos atrasos no trânsito, Arménio Carlos teve de cancelar a visita à fábrica Saint Gobain, na Póvoa de Santa Iria, de forma a garantir que estaria às 13 horas numa Conferência de Imprensa marcada para a sede da CGTP, local escolhido para almoçar.
"Não tenho fome nem sono, apenas uma grande determinação", disse Arménio Carlos, pouco antes da hora de almoço, ao fim de sete horas em movimento pelos piquetes da greve.
"Não tenho fome nem sono, apenas uma grande determinação", disse Arménio Carlos, pouco antes da hora de almoço, ao fim de sete horas em movimento pelos piquetes da greve.
Depois da conferência de imprensa e do almoço, este necessáriamente breve, Arménio Carlos desloca-se para a baixa de Lisboa, para participar numa manifestação no Rossio. A jornada encerra com a presença em dois canais televisivos.