Os juros exigidos pelos investidores para transaccionar títulos de dívida soberana portuguesa a cinco e dez anos negoceiam, terça-feira, em máximos acima, no dia em que a Comissão Europeia deverá dar aval à assistência financeira a Portugal.
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Às 8.30 horas, os juros exigidos pelos investidores para transaccionar títulos de dívida soberana portuguesa com maturidade a dois anos negociavam, em média, nos 12,069% no mercado secundário, segundo a agência de informação financeira Bloomberg.
Já o 'spread' face à dívida alemã nesta maturidade atingia os 1033 pontos base.
Na maturidade a cinco anos, os juros exigidos pelos investidores para deterem títulos de dívida soberana portuguesa batiam máximos históricos, negociando nos 11,931%, acima dos 11,886% de segunda-feira, enquanto o 'spread' face aos títulos alemães com o mesmo prazo situava-se nos 942,8 pontos base.
Quanto à taxa de juros da dívida a dez anos também batia máximos históricos, situando-se nos 9,694%, também acima dos 9,672% de segunda-feira. Já o 'spread' face à dívida alemã estava nos 656,7 pontos base.
Os juros seguem hoje a subir no dia em que a Comissão Europeia deverá, em Estrasburgo, dar o seu aval político ao programa de assistência financeira a Portugal, antes de o compromisso receber, na próxima semana, a aprovação definitiva dos ministros das Finanças europeus.
O comissário europeu dos Assuntos Económicos, Olli Rehn, vai fazer uma "exposição breve" do acordo técnico alcançado entre a 'troika' (Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco central Europeu) e Portugal, na semana passada, e em seguida o colégio deverá dar o seu acordo político ao compromisso.
Os juros começaram a semana numa trajectória de subida também depois de, na semana passada, ter sido noticiado que a Grécia planeava abandonar a Zona Euro e voltar a usar o dracma, a divisa do país antes de aderir à moeda única.
Apesar de ter sido desmentida pelo governo helénico, a notícia teve impacto no valor do euro e levou a que se especulasse em relação a uma eventual reestruturação da dívida grega e também da dívida irlandesa.
Entretanto, no domingo, o ministro das Finanças britânico, George Osborne, disse que o Reino Unido está relutante quanto a ajudar financeiramente Portugal e recusou participar num "segundo resgate" à Grécia.