O gigante mundial fotográfico Kodak, que tornou a fotografia num fenómeno de massas há mais de cem anos e chegou a Portugal em 1919, apresentou esta quinta um pedido de falência voluntária perante um tribunal de Nova Iorque.
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Com a declaração de falência, a Kodak pretende reforçar a liquidez nos Estados Unidos e exterior, rentabilizar a propriedade intelectual não estratégica, e resolver a situação dos passivos, concentrando-se nos negócios mais competitivos.
Fundada em 1888 e com sede em Rochester, Nova Iorque, a Kodak tem dedicado a maior parte dos investimentos dos últimos anos à área digital e material de alta tecnologia, que geraram 75% das suas receitas em 2011.
No documento divulgado na página de internet da Kodak, o CEO, António Perez, refere que o conselho de administração da empresa decidiu por unanimidade que este "é o passo necessário e a decisão mais acertada a fazer para o futuro da Kodak", ao justificar o recurso ao artigo 11 da lei norte-americana das falências.
A Kodak vivia desde o início do ano sob a ameaça de expulsão de Wall Street, por parte do operador da Bolsa de Nova Iorque, o New York Stock Exchange, que tinha dado à empresa seis meses para recuperar a cotação das suas acções.
A agência de notação financeira Moody's também tinha reduzido entretanto a nota de solvabilidade do grupo para 'Caa3', nível que reflecte um verdadeiro risco de falta de pagamento da dívida.
A Kodak, símbolo do capitalismo norte-americano, foi criada por George Eastman, que inventou o filme fotográfico.
O primeiro contacto dos portugueses com a fotografia, através da Kodak, foi com a câmara Brownie, lançada em todo o mundo a um dólar, em 1900, assinala o grupo na breve descrição histórica que disponibiliza no seu portal.