Os resultados líquidos consolidados da Caixa Geral de Depósitos caíram para para 12,9 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, valor que compara com 106,8 milhões de euros registados em idêntico período de 2010, revelou esta sexta-feira a instituição.
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José de Matos, presidente executivo do banco estatal, justificou que a queda de lucros de 87,9 % "foi negativamente afectada pelos impostos a pagar ao Estado", no valor de 108,7 milhões de euros, "dos quais 22 milhões são referentes à contribuição extraordinária sobre o sector bancário".
Para o presidente executivo, "o comportamento adverso dos mercados financeiros e o agravamento das condições conjunturais internas condicionaram o resultado antes de impostos e interesses minoritários", acrescentando que, nesse pressuposto, "caiu apenas 6,2 % relativamente aos primeiros nove meses do ano passado para 171,2 milhões de euros".
O banco estatal clarifica que a queda de 87,9 % nos lucros foi devido ao pagamento de impostos ao Estado no valor de 108,7 milhões de euros, o que representa um aumento de 66,4 milhões comparativamente ao período homólogo do ano anterior.
Segundo o comunicado, a imparidade do crédito, líquida de anulações e reversões, foi de 459,3 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2011,o que representa 0,72 % da carteira média de crédito, em termos anualizados, e traduz um acréscimo de 67,4% relativamente ao valor observado em idêntico período de 2010.
A imparidade dos títulos foi de 175 milhões de euros, justificada com a "desvalorização verificada nas participações detidas pela CGD no BCP, Brisa e ZON, bem como nos títulos das carteiras das seguradoras do grupo".
A CGD indica também que a margem financeira estrita atingiu 1.217,3 milhões de euros, progredindo 146 milhões, ou seja, mais 13,6 % em termos homólogos, enquanto que o produto da actividade bancária e seguradora recuou 1,8 % para 2.229,4 milhões de euros.
José de Matos disse que o produto da actividade bancária reduziu-se "apenas 1,8 %" pelo contributo do "significativo crescimento da margem financeira".
Na actividade Portuguesa,o crédito a empresas "progrediu 940 milhões de euros, mais 3,8 %, e o crédito à habitação diminuiu 480 milhões (-1,4 %) nos primeiros nove meses de 2011, enquanto que em termos anuais a variação foi de 1.842 milhões (7,6 %) e- 410 milhões (-1,2 %), respectivamente".
No que se refere aos rácios de solvabilidade até ao final do terceiro trimestre, o banco estatal apresentou um rácio 'core Tier' 1 de 8,8 %. Recorde-se que, no acordo assinado com a 'troika' os bancos portugueses têm de atingir os 9 % até final do ano e 10 % em 2012.
Em termos de rácio de transformação , a CGD apresentou um valor de 126,5 %, melhorando em relação ao final de 2010, que se situava nos 136 %. O banco estatal, bem como as outras instituições financeiras, têm de atingir um rácio de transformação de 120 % até Junho do próximo ano.
José de Matos afirmou que se continua "a reduzir o rácio de transformação em linha com o assumido no programa de desalavancagem".