
Maioria dos portugueses considera poupar difícil ou extremamente difícil
Foto: Joana Bourgard/Arquivo
A maioria dos portugueses (75,2%) poupou dinheiro em 2024 e considera a poupança "difícil ou extremamente difícil" (55,5%), revela um estudo do Observatório de Desafios Sociais do Centro de Psicologia da Universidade do Porto (CPUP).
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Em declarações à Lusa, o coordenador do estudo, Samuel Lins, revelou que 44,1% dos inquiridos pretende poupar ainda mais em 2025 do que poupou no ano anterior e que se mostra mais otimista em relação à sua situação financeira do que relativamente à do país.
Assim, de acordo com o relatório do inquérito, cerca de 45,5% dos portugueses acreditam que a economia de Portugal irá piorar, enquanto 14,1% consideram que irá melhorar.
Quanto à sua própria situação financeira, a perceção está mais equilibrada: 23,1% acreditam que a situação financeira vai melhorar, enquanto 27% preveem que vai piorar.
O relatório de resultados sobre Hábitos de Consumo e Poupança relativo a 2025 reuniu dados entre 17 de abril e 23 de maio, usando uma amostra representativa da população portuguesa que contou com 1032 participantes de todas as regiões do continente e arquipélagos da Madeira e dos Açores.
De acordo com o inquérito, a maioria dos portugueses (54,4%) diz gastar menos do que aquilo que ganha (54,4%) e 76,7% tem o hábito de fazer uma lista de compras.
Em 2024, a maioria dos portugueses (54,6%) procurou melhorar a sua literacia financeira e 64,9% pretendem fazê-lo em 2025.
Dinheiro dá felicidade
Por outro lado, 20,1% dos inquiridos "concorda ou concorda totalmente que a quantidade de posses e de bens materiais que uma pessoa possui é um indicador da sua felicidade e sucesso".
Relativamente aos hábitos de compra, em 2024, 11,4% dos portugueses "assumiram que realizaram compras por pânico, enquanto 24,7% compraram como forma de aliviar sentimentos negativos".
No estudo, a compra por pânico é definida como o "ato de comprar mais coisas do que o habitual, como resultado de sentimentos como o medo e o pânico", e "ocorre geralmente em situações de crise".
A compra para aliviar sentimentos negativos refere-se ao "comportamento de compra usado como estratégia emocional para lidar com tédio, tristeza e raiva".
O relatório do inquérito indica que 31,5% dos portugueses efetuaram compras por impulso (compra sem pensar, motivada por um desejo repentino) e 9,6% adquiriram produtos com o objetivo de impressionar outras pessoas.
Relativamente às influências nas compras, 54,2% dos portugueses afirmam que a preocupação com questões ambientais influencia as decisões. Já 34% dos inquiridos reconhecem que "consideram as opiniões e comentários nas redes sociais antes de adquirir algum produto".
O Observatório de Desafios Sociais (ODESS) foi criado em 2021 com o objetivo de compreender as perspetivas dos cidadãos residentes em Portugal sobre diversos temas sociais que representam desafios para a democracia, a justiça social, a igualdade e a inclusão efetiva de diferentes grupos sociais.
