
O número de desempregados registados oficialmente na Grécia ultrapassou o milhão em Novembro, o que significa mais de 20% de toda a população activa. Sindicatos anunciaram mais dois dias de greve geral contra a austeridade.
Um total de 1,029 milhões de pessoas estavam no desemprego em Novembro, com cerca de 164 mil a perder o posto de trabalho no mês anterior e 405 mil nos 12 meses anteriores a Novembro de 2010, de acordo com os dados oficiais.
O governo grego decidiu, esta quinta-feira, despedir cerca de 15 mil funcionários públicos, para cumprir uma meta de 150 mil redução de postos de trabalho no Estado, até 2015.
Quase metade dos gregos até aos 24 anos - 48% - estão no desemprego e são os jovens, bem como as mulheres, quem mais sofre com a recessão no país, que vai actualmente no quinto ano.
Mais dois dias de greve geral
O sindicatos gregos, que acusam o governo de Atenas de se submeter às exigências da 'troika' da União Europeia, do Fundo Monetário Internacional e do Banco Central Europeu, apelaram a uma greve de 48 horas em retaliação contra as medidas de austeridade.
"Vamos fazer uma greve geral na sexta-feira e no sábado, ao lado dos sindicatos da função pública", disse em declarações aos jornalistas uma porta-voz da GSEE, o principal sindicato que representa os trabalhadores privados.
A coligação de três partidos políticos gregos decidiu, na quinta-feira, despedimentos na função pública e uma redução nos custos da mão-de-obra, para que a Grécia possa receber um empréstimo de resgate de 130 mil milhões de euros antes de 20 de Março, quando o país terá de reembolsar 14,5 mil milhões de euros aos detentores de dívida pública grega.
Ilias Iliopoulos, secretário-geral da ADEDY, que reúne funcionários públicos, disse à agência noticiosa Associated Press que os sindicatos vão organizar novas manifestações no centro de Atenas, nos dois dias de greve e no domingo, quando o parlamento deverá votar as novas medidas de austeridade.
O novo pacote de austeridade prevê um corte de 22% no salário mínimo, uma redução de 15% nas pensões complementares e o despedimento de 15 mil funcionários públicos, para cumprir uma meta de 150 mil redução de postos de trabalho na função pública até 2015.
